Anexo IITranscrição integral da Entrevista: deMário Figueiredo com os anteriores ProvedoresAdelino Gomes e José Nuno Martins.Mário Figueiredo (MF) – Em nome do ouvinte e em meu nome pessoal, quero agradecer avossa disponibilidade para esta conversa. Com José Nuno Martins, o histórico provedor, oprimeiro provedor da rádio, e o Adelino Gomes a quem, eu de resto já o disse publicamenteque me honra suceder.Propunha-vos que começassem por tentar apelar às vossas memórias. As do José Nuno játêm dois anos, as do Adelino são mais recentes.O que é que foi mais gratificante nos dois anos de mandato de cada um?José Nuno Martins (JNM) - Gratificante foi começar do zero, foi ajudarmo-nos, osprofissionais que integravam o gabinete, montar o gabinete, fazer um orçamento, predefiniruma estrutura, que mais ou menos foi depois posta, aqueles primeiros três meses detrabalho nos bastidores, um trabalho surdo, que não se ouviu, foram exaltantes porque nãotínhamos certezas, o Prof. Paquete de Oliveira e eu próprio tínhamos dúvidas,metodológicas até, também, mas foi exaltante, isso foi um trabalho extraordinário. Depoisfoi a adesão do público à ideia, as pessoas parece que estavam à espera de ter aoportunidade de se manifestar, estavam descontentes com o facto de haver muitosprofissionais que não respondiam às suas mensagens, e encontrou ali uma via de saída, foiimpressionante a adesão de início, aconteceu depois de pouco em pouco. Mas de facto osprimeiros tempos foram exaltantes, absolutamente deslumbrantes até, foi umdesconhecimento que eu próprio tinha em relação à natureza das questões, e haviainquietações, mas também o lado organizativo, de todo suporte pelo sistema.Adelino Gomes (AG) – No meu caso, talvez até pelo histórico da nossa geração quecomeçou na profissão ainda antes do 25 de Abril, portanto conheceu a censura e etc. O quefoi mais interessante para mim foi estar a exercer uma função em cujo exercício nãodependia de nenhum constrangimento para além dos naturais, operacionais, etc, masnenhum constrangimento superior, isto é, o poder ser Provedor de uma rádio pública,120
sabendo que tinha toda independência institucional, e portanto se eu falhasse o falhanço erameu, portanto não podia estar a dizer, é um desafio muito interessante, não podia estar adizer que foi a administração que andou a interferir, foi o director, porque não sei quê.Realmente o Provedor na arquitectura institucional, e legal que existe em Portugal, quenasceu na Assembleia da República, o Provedor estar entregue a si próprio. Por isso émuito importante porque eu poucos dias antes de ser substituído o José Nuno Martins tinhalido uma das crónicas do Provedor do Washington Post em que ele fazia o elogio do cargo,mas depois dizia, e só o Provedor do Washington Post e provavelmente também do NewYork Times é que podem dizer que são verdadeiramente independentes, o resto não é assim.E eu pensei assim, não o Provedor da RDP também é independente, e portanto tem tambémessa enorme responsabilidade, e para mim esse foi o grande desafio, que foi um desafiotambém, vou repetir a palavra que o José Nuno <strong>aqui</strong> utilizou, foi exaltante nesse sentido.MF – Eu quase que me atrevia a perguntar-vos pelo outro lado da medalha… Mas o que oAdelino já disse provavelmente serve para o melhor e o pior…AG – Não, não. Foi para o melhor, o resto é o desafio, não chamo isso pior, quer dizer ofacto é assim, é eu saber que desse ponto de vista eu tenho que, eu não posso inventarquaisquer álibis, e portanto, eu tenho que ser responsável perante os ouvintes que queremrespostas às questões que levantam perante os profissionais, querem ser tratados tambémcom isenção, e perante mim próprio e minha profissão, e os valores que eu defendo nestaprofissão, e perante também, obviamente a lei e o mandato que recebi.MF – E uma eventual má memória?AG – Eu acho que a <strong>RTP</strong> não tem suficientes condições técnicas para responder àsnecessidades desta função, são coisas simples, não vale à pena estar <strong>aqui</strong> a trazê-las, aliás jáas levantei nos meus dois relatórios, e para os ouvintes podem ser um pouco cabalístico,mas na verdade esses quinze minutos que o Provedor é obrigado a fazer todas as semanas,são quinze minutos que têm por trás trabalho, um trabalho de estúdio, um trabalho derecolha, de informação e etc, que não há maneira de resolver esse problema com aqualidade superior que eu acho que deve ter do ponto de vista técnico e etc, um trabalhodestes, que dizer para além de outras obrigações o provedor deve fazer um programa, queseja um programa bem feito, quer dizer que seja exemplar. E eu muitas vezes senti que paraalém das minhas insuficiências, a outra questão, são duas questões, esta é uma questão quetem a ver com a empresa, não foi que os funcionários da empresa, o responsável daempresa não me dessem as condições que eles tinham, eu acho é que eles deviam ter mais,mas a outra questão, é uma questão que tem a ver com a Assembleia da República, tenhomuita pena, e porque isso repercute apesar de tudo o programa não sai tão bem, mas saiminimamente como é evidente, mas penso que há consequências negativas para o produtofinal, para o contacto do Provedor com os ouvintes, pelo facto de a Assembleia daRepública que soube realmente fazer uma arquitectura legal, que garante essa121
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