informação e entretenimento. Tem que ter uma programação independentedos poderes, do poder político, do poder económico – essa questão temsobretudo a ver com a informação. Tem que ter qualidade – é evidente quequalidade é uma palavra difícil de definir, mas a verdade é que tem que seafirmar como mais valia para o público, para os ouvintes, mesmo quandoestamos a falar de entretenimento.Locução - Alberto Arons de Carvalho tem 61 anos, é licenciado em Direito eprofessor universitário. Antes, foi jornalista, secretário de Estado daComunicação Social e deputado, sempre ligado à área da Comunicação.Locução – Paula Cordeiro, doutorada em Comunicação e autora dediversas obras sobre rádio, é também convidada do Provedor para estasérie de programas sobre o serviço público.Paula Cordeiro - Do ponto de vista teórico, eu tenho de falar de serviçopúblico tendo em consideração <strong>aqui</strong>lo que é a legislação que nós temos e ocontrato de concessão. Portanto, não posso evitar abordar essa questão. Eo grande problema no nosso país, quando se fala de serviço público é aprópria definição do que é o serviço público. Eu, como ouvinte, possoentender que… muito bem… o serviço público diz que é isto, eu acho queeles não estão a cumprir. Mas depois, do ponto de vista académico, vamoslá ver se cumpre ou não… efetivamente até cumpre, mas se calhar podiafazer muito mais. Mas fazer o quê? Não sei, porque a lei também não diz e ocontrato também é omisso. E portanto, há <strong>aqui</strong> uma espécie de vazio quedá margem de manobra a quem está a gerir o serviço público, acaba porser um escudo, ou seja, não pode ser acusado de não cumprir asdirectrizes relativas ao serviço público mas, do ponto de vista teórico, secalhar até podia fazer muito mais ou mais bem feito com os recursos quetem. E portanto, é muito difícil falar sobre isto.Locução – Professora Paula Cordeiro.Locução – Para esta série de programas sobre a natureza do serviçopúblico, o Provedor quis também ouvir Luís Bonixe, jornalista e professoruniversitário, que há pouco mais de um ano se doutorou com umadissertação sobre “A informação radiofónica: rotinas e valores-notícia dareprodução da realidade na rádio portuguesa. A internet como cenárioemergente.”Luís Bonixe - Eu julgo que o serviço público poderia acrescentar um poucomais em termos informativos do que <strong>aqui</strong>lo que o faz na realidade. Eportanto, há <strong>aqui</strong> mais semelhanças do que diferenças, não é? E eu estou82
naturalmente <strong>aqui</strong> a circunscrever-me, porque foi esse o objecto da minhaanálise aos noticiários da manhã, que são digamos assim o períodonorma… enfim, quando fazemos um projeto com uma tese de doutoramentotemos de escolher um corpus, não é… como se diz, um objecto de trabalhoe portanto foi essa a minha escolha. Porque se nós olharmos para aprogramação informativa no seu todo e agora <strong>aqui</strong> vou falar, não comconhecimento ao nível do estudo que efetuei, mas enquanto ouvinte, nósencontramos, por exemplo, na Antena 1 coisas em termos informativos,programas, espaços, que eu não vejo ou não ouço, neste caso, nas outrasrádios. Estou-me a lembrar por exemplo, de um noticiário com informaçãolocal e regional, que eu acho que é extremamente importante a nível diário,não é...Locução - Luís Bonixe, jornalista e professor, sobre o serviço público derádio.Locução – Rogério Santos é um dos mais conhecidos e respeitadosinvestigadores académicos que se têm debruçado sobre a problemática daradiodifusão.Locução – Doutorado em Ciências da Comunicação, é professor naUniversidade Católica de Lisboa e autor de diversas obras sobrejornalismo, de que se destacam “Do jornalismo aos media. Estudos sobre arealidade portuguesa”, recentemente publicado, e “Vozes da Rádio”, umestudo sobre os primeiros anos da rádio em Portugal.Rogério Santos - O que a diferencia… bem as estações comerciaisprocuram vender os minutos e as horas aos anunciantes, têm que terprogramas com grandes audiências, programas massificados, orientadospara o ouvinte e em muitos dos casos, em Portugal pelo menos, essa rádioé de características musicais, isto é, as músicas que estão na moda, asmúsicas que mais vendem são aquelas que passam mais na rádio. Há umaespécie de «pescadinha de rabo na boca», isto é, quanto mais vendem,mais passam na rádio. O serviço público tem, como aliás as estaçõescomerciais, de ter uma quota mínima de música portuguesa que passa ahoras razoáveis, enquanto que as rádios comerciais podem passar demadrugada, onde ninguém ouve. Tem a preocupação de incentivarcantores e bandas recentes, isto no caso do entretenimento musical. Tempreocupação cultural, o caso Antena 2, quando recuperou as peçasdirigidas por Eduardo Street, agora na… Ao nível de informação temtambém ou tem de ter a preocupação de ser objectiva, exaustiva, explicarpedagogicamente as notícias. Não pode dar um noticiário de 3 minutos,83
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