antes – coisa que irritava alguns profissionais – mas como <strong>aqui</strong>lo era tãoóbvio, e como era importante que aquele ouvinte ficasse aplacado na suaira, eu próprio dava opinião, dizendo se estava de acordo ou se não estavade acordo; e depois fazia seguir para os profissionais, e os profissionaisrespondiam-me e eu mandava a resposta ao ouvinte. Que ficava satisfeitoou ficava insatisfeito. E estabelecia-se aí um diálogo que, em alguns casos,chegou a ter sete e oito réplicas de cada lado. Era uma coisa tãointeressante que… Eu pelo menos saí daí muito mais rico, e penso que osprofissionais que receberam também estas reações ficavam também maisenriquecidos. E penso que, por outro lado, os ouvintes ficavam a percebermelhor também a forma de funcionamento. Porque às vezes há coisas queparecem erros, e erros clamorosos, e os profissionais parecemabsolutamente desprovidos de qualquer conhecimento, e não são assimtanto, não é? São também constrangidos por questões técnicas, etc.Portanto, nessa medida, <strong>aqui</strong>lo que eu acho é que eu senti que estávamosno terceiro ano desta função, e que era importante continuar ainda comessa moratória dada à reflexão: vamos refletir. Se calhar tens que te“converter” às novas tecnologias, e fazer uma coisa que realmente vai ser,penso eu, que vai ser terrível porque estamos a falar de milhares demensagens. Nós, na rádio – o Zé Nuno fez isso, eu também tentei fazer,algumas vezes não respondia, mas na maior parte das vezes respondia –bom, responder a todas as mensagens, mas responderpersonalizadamente, dizendo portanto alguma coisa sobre <strong>aqui</strong>lo. Às vezesdemora-se quatro, cinco horas, dois dias, três dias para ter uma resposta,para ter uma compreensão. Bom, se tu vais entrar nesse diálogo interativo,muito bonito, mas se calhar com pouco sumo algumas vezes, entrarásnuma…MF – Numa espiral…AG – É, numa espiral de ruído que não sei se terá muitas vezes… Algunsamigos chamaram-me a atenção disso, chamaram-me a atenção que eranecessário que o Provedor da rádio entrasse nesse mundo das redessociais. Ou pelo menos tivesse um blogue. Blogue hoje é… parece umapalavra mágica. E eu sou muito sensível a essas questões, e acho que nãose pode ficar fora do mundo que está lá fora. O que é preciso é talvezencontrar as formas, como todas as novas tecnologias, é preciso encontraras formas de elas se adaptarem à função, também. E portanto o que é umblogue numa provedoria radiofónica ou televisiva, que é diferente deimprensa escrita.72
JNM – Sem dúvida.MF – José Nuno Martins.JNM – Eu estou inteiramente de acordo com isso, mas… O que é quepode…? O Provedor não está <strong>aqui</strong>, também, para cativar ninguém, está<strong>aqui</strong> para… Há quem pense assim. Eu sei que tu não pensas assim, peloconhecimento que tenho de ti, nem o Adelino também. Não se está <strong>aqui</strong>para cativar ninguém. Vamos lá ver: se o acto de trabalho normal, parafazer o programa do Provedor, já é em si um acto por natureza cativante;vamos lá ver, se essencialmente o não for, não tem resposta do ouvinte, oouvinte não o segue, muda o dial, muda a frequência, muda de estação.Não sei… Eu também penso… Fomos diferentes nisso, naturalmente, oAdelino e eu, e tu serás diferente também. Eu por exemplo acho que, ao fimde meses e meses a receber mensagens tristes, de tristeza, de inquietação,às vezes até de raiva – que vi tanta mensagem escrita com os pioressentimentos de alguns ouvintes, achei que não era justo não premiartambém a excelência que às vezes nos orgulhamos de ouvir nas estações.Eu também me orgulho de ouvir noutras estações, como ouvinte fico felizquando ouço… São raros esses momentos, mas eles existem. Existem, paranosso orgulho, no próprio serviço público a quem servimos quando, comoprovedores, como ouvintes – até como administradores ou diretores, oucomo profissionais, o profissional mais simples deve orgulhar-se de coisasque o serviço público tem. Eu referi alguns desses casos muito pontuais, ácabeça dos quais esteve o saudoso programa “Lugar ao Sul” com o nossomestre comum Rafael Correia. E esse é um caso exemplar. Nós estamos air diretos ao coração de quem nos ouve quando exaltamos os nossoscolegas em momentos absolutamente extraordinários da rádio que ele teve.Sei que é comum o sentimento ao Adelino Gomes e a ti, não há quem nãoreconheça nele o mestre extraordinário dessas coisas indizíveis que étransmitir-nos, contar as histórias, narrar de uma maneira especial – àsvezes apenas abrindo, sabendo abrir o microfone e sabendo ficar calado.Ele há lá coisa mais extraordinária do que isto?, ter esta ciência…MF – Está lá a rádio toda, não é?JNM – É. Porque aí fica tudo dito, a gente pode pensar, e é a rádio quenós… Basta que fechemos os olhos e nos entreguemos àquilo, àinterpretação d<strong>aqui</strong>lo que está a acontecer. Portanto esse é um dosaspectos, de facto a gente também de vez em quando exaltar o que sabebem ouvirmos, enquanto cidadãos que somos também. Tu és cidadão, nãomudas, não deixas de o ser, é-lo. És, precisamente nessa altura, numa73
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Transcrição integral da Entrevist
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existência. Poderá ter depois…
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