PO – Portanto, hoje as obrigações que estão atribuídas à concessionária do serviço público,na circunstância é o que me interessa. Na sua opinião existe um cumprimento mínimodessas obrigações, um cumprimento que satisfaz?P.R.S. – Eu não ouço todas as estações de rádio de igual modo. Ouço Antena 1 e Antena 2com muito mais frequência do que Antena 3, porque possivelmente… porque não estudo arádio apenas e porque o público-alvo da Antena 3 é diferente do meu.PO – Não é o nosso…P.R.S. - A Antena 1 do que eu ouço, presta a meu ver um bom serviço público, tem muitosprogramas de debate, há um grande esclarecimento sobre o que se passa no país e nomundo, tem… reflecte, nem sempre, mas procura reflectir novas tendências musicais, emcontraponto com tendências musicais mais clássicas. A Antena 2, eu não tenho a mesmaopinião, mas obviamente, porque fui convidado para falar sobre a RDP, não posso, nãodevo fazer fortes juízos de valor.PO – Porque não?P.R.S. – Mas a Antena 2, eu já o disse numa outra ocasião, a Antena 2 está a privilegiarmuito a palavra em detrimento da música e deve haver um equilíbrio. De manhã, porexemplo, se eu quiser ouvir rádio… se eu quiser ouvir música para descontrair, ouçoentrevistas e eu desligo o rádio ou mudo para outro sítio.PO – Portanto é uma questão mais da percentagem da palavra música que consideradesequilibrado…P.R.S. – Sim, a meu ver está desequilibrado.PO – …uma questão de conteúdos?P.R.S. – Sim, mas obviamente a entrevista, no fundo, ela própria também é serviço públicoporque ou há uma exposição nova ou um concerto que se vai ouvir mais logo ao fim do diae entrevistar o responsável obviamente que é interessante…PO – Portanto, em sua opinião é muito mais uma questão estética, matinal, onde a músicadevia prevalecer em favor da palavra…P.R.S. – Pelo menos deveria de haver um equilíbrio maior, mas obviamente que a Antena 2presta um excelente serviço público e só é pena é que haja uma percentagem tão pequenade portugueses a ouvirem Antena 2, porque se aprende muito… é muito pedagógica…PO – Se calhar também é necessária uma qualquer estratégia para que mais ouvintespassem a ouvi-la, porque se o serviço público, por muito que seja, se não tiver ouvintes…também não cumpre a sua obrigação.146
P.R.S. – Sim.. de todo o modo, o serviço público da <strong>RTP</strong>, isto é, de Televisão e Rádio dePortugal, tem em termos de Internet o sítio, o site, como queiram dizer, mais desenvolvido,mais procurado e de maior qualidade, o que significa que uma migração que irá acontecernão sei quando, mas que irá acontecer, vai beneficiar nomeadamente a rádio e a Antena 2num caso particular, porque os conteúdos estão lá, os «postcastings» estão lá, há muitainformação… enquanto que a Rádio é um meio de fluxo, a Internet é um meio de catálogos,isto é, uma pessoa pode não ouvir hoje, mas pode ouvir amanhã, tem sempre essapossibilidade. A vida que nós temos, que nos leva a correr de um lado para o outro, não…PO – Não se compadece…P.R.S. – Não nos fideliza tanto com a rádio como, enfim, noutras épocas…PO – Como a escuta tradicional…P.R.S. – Mas a Internet permite e há pessoas, há responsáveis da rádio que estão muitocontentes com <strong>aqui</strong>lo que ouvem na Internet, porque a migração de ouvintes passa da rádiode feixe hertziano para a rádio da Internet.PO – Ainda que me pareça, pelos últimos estudos, que o número não é significativo, aindahá muita escuta tradicional de rádio. Mas já que fez o favor de olhar para o futuro, era poraí que queria que concluíssemos a nossa conversa.P.R.S. – É muito curioso que nesta altura, em Outubro de 2010, se fale muito sobre essaquestão. Há uma conferência internacional na Lusófona, no princípio de Outubro, haveráuma discussão no Gabinete de Meios de Comunicação, em meados de Novembro,exactamente sobre o presente e especialmente o futuro da rádio, porque a migração para odigital é algo que vai acontecer, embora se fale menos do que no caso da televisão. Ofuturo, em termos tecnológicos, será <strong>aqui</strong>lo que a sociedade quiser, por exemplo, o «DAB»que foi implementado pela Antena 1, pela rede pública, não teve êxito. Porquê? Porque nãohouve receptores, porque os receptores eram caros e porque como não haviam ouvintestambém não se faziam programas, o que se significa que…PO – A própria União Europeia de Rádio e Difusão parece que está a abandonar a ideia do«DAB», não é?P.R.S. – Está… porque o «DAB» não foi aproveitado, da mesma maneira que no tempo dascassetes de vídeo, o «BETAMAX» era melhor que o «VHS» e o «VHS» triunfou, mas jádesapareceu porque, entretanto, veio um sistema de disco digital. No caso da rádio, o que sepensa é um aumento de escuta de rádio na Internet, mas a Internet ainda é muito fixa, aInternet… quando se tornar mais móvel, mais disponibilizada por telemóvel é possível quehaja aumentos e por outro lado, há sistemas digitais como o «DAB» ou o «DRM» ououtros, que apostam no futuro, o que significa que a escuta não será apenas de«broadcasting», mas pode ser de «narrowcasting», isto é, de «rads» orientadas para147
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