Entrevista integral da entrevista de Mário Figueiredo (PO)com o Prof. Doutor Luís Bonixe (LB)Provedor do Ouvinte – Então comecemos pelo gosto, o seu gosto pela Rádio. Como é quefoi Luís Bonixe?Luís Bonixe – Portanto, a Rádio aparece na minha vida naturalmente, como se calhar namaior parte das pessoas, como ouvinte. As pessoas muitas das vezes não se dão conta daimportância que a Rádio tem nas suas vidas e eu habituei-me a ouvir rádio desde sempre,quer dizer, sempre foi um som presente na minha vida. Depois…PO – De forma tradicional, num aparelho de rádio?LB – Sim, claro, da forma tradicional, um aparelho de rádio, muito por influência, já agora,se me é permitida esta nota mais pessoal, pelo meu avô, que tinha de facto aqueles rádiosmuito interessantes e ele ouvia muita rádio e eu ouvia muita rádio e portanto, sempre ouvimuita rádio e ainda hoje escuto muita rádio e gosto muito de ouvir rádio. Depois, houve alium período da minha vida em que também fui jornalista de rádio, em rádios locais, aindadurante 5/6 anos e portanto, a rádio teve numa fase inicial estas 2 dimensões a que se juntouuma terceira…PO – O interesse académico…LB – O interesse académico justamente. Portanto, comecei… comecei logo na licenciatura,curiosamente a fazer alguns trabalhos sobre a rádio, o que já aí eu era olhado assim de umaforma um bocado diferente, porque normalmente é a televisão, não é? Mas comecei logo aía fazer algumas coisas de rádio porque me interessava, de facto, conhecer o meio umbocadinho mais, não é? E de onde é que vinha aquele gosto pela rádio, mas porquê, porqueé que a gente gosta tanto de rádio, não é? E depois desenvolvi a minha tese de mestrado naUniversidade Nova de Lisboa sobre rádio e uma primeira abordagem às rádios locais e foimuito interessante conhecer o meio de outra forma, <strong>aqui</strong> obviamente que houve já da minhaparte uma procura por tentar fazer uma ligação entre a minha experiência enquantojornalista com um conhecimento mais profundo que eu pretendia ter e daí ter escolhido asrádios locais e foi extremamente difícil, mas ao mesmo tempo apaixonante. Porque é quefoi difícil? Porque eu não sei… acho que… quer dizer… onde eu quero chegar… há muitopouca coisa escrita sobre rádios locais, quer dizer, muito pouca coisa e na altura ainda haviamenos, como é obvio. E então é extremamente difícil nós encontrarmos, por exemplo,quadros teóricos de referência, nos quais nos possamos apoiar para um trabalho como umatese de um mestrado. Foi extremamente difícil…150
PO – Agravado depois aquando do doutoramento…LB – Aí ainda mais, claro… aí ainda mais, porque já não foi sobre rádios locais, foi sobre aAntena 1 também, mas sobre um campo muito específico da rádio, que é a informação.PO – A informação…LB – Que é a parte que me interessa estudar mais na rádio, que é de facto a informação. Eaí voltávamos ao mesmo problema, aí sobre a rádio já encontramos alguma coisa mais,sobre a rádio de uma forma geral, mas sobre a informação radiofónica não há de factomuita coisa. E foi extremamente difícil uma vez mais, porque nós podemos obviamente efoi o que eu fiz e tive que o fazer, ir à procura de textos de referência de autoresestrangeiros, mas depois há o problema da adequação ao contexto português…PO – À realidade portuguesa…LB – Quer dizer… e é sempre difícil, não é?PO – Então vamos nadar nestas águas que lhe são conhecidas. Vamos para a informaçãoserviço público, naturalmente, tendo como, também preocupação a outra rádio. O que é queé distintivo neste momento na informação serviço público e na informação prestada pelosoutros media radiofónicos?LB – Essa foi uma das conclusões mais interessantes a que eu cheguei, do meu ponto devista, e estou-me a referir à tese de doutoramento, já agora, fazendo este paralelismo. Éporque se nós analisarmos os principais temas, as principais vozes da informaçãoradiofónica, nós constatamos que não há assim tantas diferenças entre <strong>aqui</strong>lo que nósencontramos, neste caso em particular da Antena 1 e nas outras rádios. Refiro-me aosprincipais, portanto, nós continuamos a encontrar… posso-me referir a questões mesmoconcretas, portanto, continuamos a encontrar sobretudo políticos, os mesmos políticos nos3 noticiários, das 3 rádios principais. Julgo que é fácil as pessoas perceberem a quem é queeu me estou a referir, Antena 1, TSF e Renascença. Apesar de terem as 3 filosofiasdiferentes, percursos diferentes, depois tudo desagua quase no mesmo, não é…sindicalistas, o que é uma coisa interessantíssima, não tinha essa noção. E portanto, ostemas giram, todos muito à volta disto, nestas 3 rádios. E eu julgo que o serviço públicopoderia acrescentar um pouco mais em termos informativos do que <strong>aqui</strong>lo que o faz narealidade. E portanto, há <strong>aqui</strong> mais semelhanças do que diferenças, não é? E eu estounaturalmente <strong>aqui</strong> a circunscrever-me, porque foi esse o objecto da minha análise aosnoticiários da manhã, que são digamos assim o período norma… enfim, quando fazemosum projecto com uma tese de doutoramento temos de escolher um corpus, não é… como sediz, um objecto de trabalho e portanto foi essa a minha escolha.PO – Ainda que eventualmente possa haver alguma semelhança ao final do dia, não é?Portanto, em termos de público-alvo…151
- Page 1 and 2:
RELATÓRIO INTERCALARPROVEDOR DO OU
- Page 3 and 4:
ApresentaçãoNos termos da alínea
- Page 5 and 6:
Em capítulo próprio, falarei do G
- Page 7 and 8:
I - As Relações do ProvedorOS OUV
- Page 9 and 10:
AS ESTRUTURAS DIRETIVASNo que diz r
- Page 11 and 12:
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃODe facto
- Page 13 and 14:
diretiva. Ainda que seja óbvio o e
- Page 15:
de 2010, lei das incompatibilidades
- Page 19 and 20:
azões referidas, ainda não faz) e
- Page 21 and 22:
Hoje, a Rádio Pública (RDP? Uma d
- Page 23 and 24:
O pretexto de aproveitamento de sin
- Page 25 and 26:
IV - Em Nome do Ouvinte- O Programa
- Page 27 and 28:
V - Análise das Mensagens dosOuvin
- Page 29 and 30:
Mensagens recebidas 2006-2010138798
- Page 31 and 32:
A distribuição mensal das mensage
- Page 33 and 34:
Antena 1 - Distribuição e tendên
- Page 35 and 36:
Antena 2O dado mais relevante que p
- Page 37 and 38:
eferiram à orientação geral da e
- Page 39 and 40:
A Hora do Sexo, Bons Rapazes, Conve
- Page 41 and 42:
Sobre os espaços específicos de p
- Page 43 and 44:
Tal como escreveu o anterior Proved
- Page 45 and 46:
Breve análise sociográficaO volum
- Page 47 and 48:
Níveis de escolaridade5%7%Ensino b
- Page 49 and 50:
CONCLUSÃOA minha primeira conclus
- Page 51 and 52:
ANEXOS51
- Page 53 and 54:
meus dois antecessores. Ainda que,
- Page 55 and 56:
Locução - Por lhe parecer oportun
- Page 57 and 58:
MF - Honra-me ter sido escolhido, e
- Page 59 and 60:
tinha em relação a naturezas de q
- Page 61 and 62:
fragmentadas porque nós também ca
- Page 63 and 64:
Locução - Na próxima semana, Ade
- Page 65 and 66:
serve de nada, e então fica carís
- Page 67 and 68:
do meu mandato, até por pressão d
- Page 69 and 70:
sempre ao dos ouvintes… Digo isto
- Page 71 and 72:
AG - Bem, eu acho que esse é no fu
- Page 73 and 74:
JNM - Sem dúvida.MF - José Nuno M
- Page 75 and 76:
do correio tradicional, pretendo me
- Page 77 and 78:
longo dos anos, que cometeram muito
- Page 79 and 80:
coisas que permanecem, porque elas
- Page 81 and 82:
JNM - …a rádio e a rádio públi
- Page 83 and 84:
naturalmente aqui a circunscrever-m
- Page 85 and 86:
10º. Programa - (Sinopse) O Proved
- Page 87 and 88:
Locução - Fernando Tordo foi tamb
- Page 89 and 90:
gosto de uma coisa animada enquanto
- Page 91 and 92:
13º. Programa - O Provedor, neste
- Page 93 and 94:
Locução - Mas Recordemos ainda ma
- Page 95 and 96:
E não se ficaram por aqui: Também
- Page 97 and 98:
15º. Programa - O Provedor regress
- Page 99 and 100: os programas. Portanto eu considero
- Page 101 and 102: nesse momento quem tem essa janela
- Page 103 and 104: 16º. Programarama - O Provedor, re
- Page 105 and 106: [rm noticiários]Vítor Alves foi j
- Page 107 and 108: 17º. Programa - O Provedor decide
- Page 109 and 110: 18º. Programa - O Provedor, dando
- Page 111 and 112: 19º. Programa - Mário Figueiredo
- Page 113 and 114: RM - Rui Vieira Nery e a programaç
- Page 115 and 116: RM - (R. Santos) - “Eu não ouço
- Page 117 and 118: Locução - Seria um formato mais a
- Page 119 and 120: 119
- Page 121 and 122: sabendo que tinha toda independênc
- Page 123 and 124: nalguns momentos de risco mesmo, em
- Page 125 and 126: não apenas uma, de rádio nos devi
- Page 127 and 128: quero deixar de dizer, se tiver que
- Page 129 and 130: Antena 1, nas outras estações ouv
- Page 131 and 132: AG - escreviam e tinham logo um cor
- Page 133 and 134: cidadãos que somos também, não d
- Page 135 and 136: Marginal estava a fazer o programa
- Page 137 and 138: Prof. P.C. - É muito mais cómodo
- Page 139 and 140: concessão, vamos ver… cumpre ou
- Page 141 and 142: acoco, quer dizer, isto é estéril
- Page 143 and 144: Prof. P.C. - Se é o que é preferi
- Page 145 and 146: PO - Da RDP…P.R.S. - E nessa altu
- Page 147 and 148: P.R.S. - Sim.. de todo o modo, o se
- Page 149: haver um enquadramento. Portanto, o
- Page 153 and 154: portanto a Internet tem aqui um pap
- Page 155 and 156: Transcrição integral da Entrevist
- Page 157 and 158: existência. Poderá ter depois…
- Page 159: algum público ouvinte não necessi