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Locução – Mário Figueiredo quis saber qual o balanço que o primeiroprovedor faz, hoje, da componente afectiva na programação da rádiopública:JNM – Aquele afecto a que se referia o Adelino Gomes, com referênciaàqueles nomes extraordinários… dava-lhe uma densidade monumentalquando cada um deles vinha à Antena, o Moreira da Câmara, o D. João daCâmara, a Maria Leonor, o Nuno Fradique, o Armando Marques Ferreira…Vozes extraordinárias que só por si são sistemas de apelo absolutamenteúnicos! O Igrejas Caeiro, agora com 93 anos… São casos absolutamentearrepiantes. Para mim em termos… Quando nos referimos às zonas doafecto, isso efetivamente perdeu-se essa carga, essa densidadeextraordinária, absolutamente luminosa de pessoas como essas em que nomomento em que se abria o microfone falavam, no momento em que sefechava o microfone ficavam agressivos, às vezes… Tantas pequenashistórias que nós temos <strong>aqui</strong>. Mas isso é uma transformação “solar”. Háartistas que no palco, uma vez se abrem as luzes, ficam mais bonitas, maisaltas, mais comunicativas, não é? A rádio tem isso: abre-se o microfone eelas ficam duma cordialidade… Pronto. E isso passa realmente. Leia-se quetexto se ler, faça-se que transmissão, que relato de circunstância, ou quetransmissão informativa específica, isso… Eu diria que é um dispositivo, avoz, a magia da voz, é um dispositivo tão especial que condiciona, querdizer, predispõe-nos para ouvir melhor a notícia, tudo está certo naquelesparágrafos, tudo está conforme uma organização de sons, que mepercebe… que me dá a entender, a mim, ouvinte, a narrativa que o outro,do outro lado do som, me traz, não é? Bom. Agora isso é menos assim,primeiro porque… a rádio e a rádio pública tem essa pecha terrível: deixoude cultivar a voz. A gente vê <strong>aqui</strong> o pobre centro de formação ao que sereduziu. Ao que se reduziu. As diversas administrações deixaram deinvestir nisso. Não há mesmo um centro de preparação para artistas darádio, que havia noutros tempos. Eu não advogo que houvesse isso, não éuma missão… preparar cantores não é propriamente uma missão de umaestação de rádio do séc. XXI. Mas preparar os seus jornalistas e os seusanimadores ou apresentadores é uma missão do serviço público,evidentemente que sim. Hoje há vozes insuportáveis na rádio, na Antena 1,na Antena 2, na Antena 3. Tenho que o dizer, é uma verdade insofismável,os ouvintes queixam-se. As pessoas que às vezes me falam na rua queixamsedisso. Queixam-se também da minha própria voz, que soa ao tabaco…Pois, culpa minha. Mas isso são questões que não são questões apenas desorriso benevolente da nossa parte, são questões que são tratáveis e quetêm que ser abordadas por uma administração, por uma direção. São78

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