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Antena 1, nas outras estações ouvia menos, havia um impulso sempre, não estou <strong>aqui</strong> aincluir, mas na Antena 1 eu sentia sempre, e lembro-me quando estive <strong>aqui</strong> em 96 e 97, emrelação a 96 e 97 eu sentia sempre que havia <strong>aqui</strong> essa qualidade mínima que me agradavacomo ouvinte e como profissional.JNM – Estou totalmente de acordo com o que estás a dizer.MF – José Nuno Martins e se falássemos agora da programação? Estou a lembrar-me,porque isso também me diz muito, de um dos teus relatórios onde dizias, e eu subscreverinteiramente, que a rádio no seu todo, já que julgo que não te referias exclusivamente aoServiço Público, que a Rádio revelava hoje falta de afecto. Não sei se estou a citarcorretamente, mas no essencial era isto...JNM – Àquele afecto a que referia Adelino Gomes, com referência àqueles nomes dava-lheuma densidade monumental quando cada um deles vinham à Antena, o Moreira da Câmara,o João da Câmara, a Maria Leonor, o Nuno Fradique, o Armando Marques Ferreira, vozesextraordinárias que só por si são sistemas de apelo absolutamente únicos, o Igrejas Caeiro,quase agora com 93 anos, são casos absolutamente arrepiantes, e referências literalmentearrepiantes. Para mim em termos quando nos referimos às zonas do afecto, issoefectivamente perdeu-se essa carga, essa densidade extraordinária, absolutamente luminosade pessoas como essas em que no momento em que se abriu o microfone falavam, nomomento em que se fechava o microfone ficavam agressivos às vezes, tantas pequenashistórias que temos <strong>aqui</strong>. Mas isso é uma transformação solar, há artistas que no palco, umavez se abrem as luzes, ficam mais bonitas, mais altas, mais comunicativas, não é? A rádiotem isso, abre-se o microfone elas ficam numa cordialidade, pronto, e isso passa realmente.Leia-se que texto que se lê, faça-se que transmissão, que relato, que circunstância, ou quetransmissão informativa específica, isso eu diria que é um dispositivo, a voz, a magia davoz, é um dispositivo tão especial que condiciona, quer dizer, predispõe-nos para ouvirmelhor a notícia, tudo está certo naqueles parágrafos, tudo está conforme uma organizaçãode sons, que me percebe, que me dá a entender a mim ouvinte, a narrativa que o outro dooutro lado do som me traz. Agora isso é menos assim, primeiro porque a rádio e a rádiopública tem essa pecha terrível, deixou de cultivar a voz, a gente vê que os pobres centrosde formação ao que se reduziu, as diversas administrações deixaram de investir nisso, nãohá mesmo centros de preparação para artistas da rádio que havia noutros tempos, eu nãoadvogo que houvesse isso, a missão de preparar detentores não é uma missão de umaestação do séc. XXI, mas preparar os seus jornalistas, preparar os seus animadores, ouapresentadores é uma missão do serviço público, evidentemente que sim. Hoje há vozesinsuportáveis na rádio, na Antena 1, na Antena 2, na Antena 3, tenho que o dizer, é umaverdade insofismável, os ouvintes queixam-se. As pessoas que às vezes me falam na ruaqueixam-se disso, queixam-se também da minha própria voz, que soa ao tabaco, mas culpaminha. Mas isso são questões que não são questões apenas de sorriso benevolente da nossaparte, são questões que são tratáveis e que têm que ser abordadas por uma administração,129

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