necessidade imediata, muito embora esteja de acordo, e evidentemente a juventude é umacompetente essencial na opinião pública portuguesa, e portanto não vejo inconvenientenenhum, antes pelo contrário, que exista uma estação para eles, mas a filosofia que estavapor trás acabou por ser puro prevalecer, uma filosofia que entende que a vida é a música, esobretudo música do mundo pop rock e dessas coisas, e a brincadeira. Brincadeira, sãoumas anedotas e tal. Também faz parte um pouco o sexo, e acabou, a vida até aos 20 anos,até aos 25 anos, vá lá. Embora a gente saiba quem faz a Antena 3 tem mais que isso,embora isso não quer dizer nada. Na verdade portanto a questão é esta, eu acho que é umenorme erro partirmos do princípio, sobretudo numa rádio de serviço público, se o que agente pensa é que ser jovem é estar a brincar é estarmos a passar uma mensagem errada,porque é brincar e pensar, e refletir, e estudar, e portanto fiquei preocupado com isso, com aAntena 3. Quanto a Antena 2 faz parte do património da rádio em Portugal. A Antena 2 éesse outro olhar que diz assim, tudo bem a vida é tudo isso e mais a cultura, mesmo nosentido árduo, mesmo no sentido mais duro do termo, também são concertos, também éreflexão profunda, também pode e deve ser a filosofia das artes plásticas, tudo isso, emboraeu aí pense, e às vezes não estava de acordo com alguns ouvintes que me escreviamdizendo, “ai, que saudades da Emissora Nacional 2”, e eu lembrava-me da EmissoraNacional 2 que eu tinha ouvido e que eu pensava que tinha coisas muito interessantes, masque não era propriamente para mim um exemplo do que deve ser uma estação de rádio decultura, porque chegávamos um pouco, como é que hei de dizer para não ser duro, eu iadizer fossilizado, não é um termo correcto, mas parecia demasiada institucional. E a vidahoje faz parte, lá estamos outra vez na fragmentação, porque é que não hei de ouvir falar defutebol na Antena 2, porque é que não hei de ter outros programas, outras coisas, e portantopor isso eu tenha defendido uns estados gerais para a Antena 2, quer dizer, é o tempo detalvez, isto é tão sério, uma rádio de serviço público, e cada um de nós, estamos <strong>aqui</strong> trêsque exerceram esta função, por mais excelentes que pudéssemos ser, provavelmente nãoéramos capazes de construir ao menos uma estação que cumprisse todos esses deveres deuma forma que fosse ao mesmo tempo agradável e interessante para todos. Então uma dasmaiores riquezas, e vou-me calar, uma das maiores riquezas do tempo que nós vivemoshoje é que as audiências participam nas coisas, estados gerais para mim, um sítio ondepudéssemos pôr a pensar os portugueses que se interessam por estas coisas, porque decerteza que vinham contributos excelentes, algumas coisas que nós os profissionais não nostínhamos lembrado e que certamente iriam tornar a Antena 2 uma melhor estação.MF – José Nuno.JNM – Relativamente à Antena 3 são realmente conhecidas as posições que assumi, hojemitigadas pela natural contenção corporativa, acredito que seja solidária com colegas quetrabalham, como eu, nesses corredores, nesses estúdios com quem me cruzo, com quemtrabalho efetivamente, estou a produzir trabalho no ar na Antena 1, feito com vozes daAntena 3 também, e portanto tenho alguma contenção. Há no entanto uma coisa que eu126
quero deixar de dizer, se tiver que ser diabolizado, já o fui certamente em muitascircunstâncias da minha vida, que o seja, mas também vale dizer o seguinte, eu não inventeinada d<strong>aqui</strong>lo que disse, partia de princípios e de pressupostos que são aqueles que mechegavam das centenas e centenas de mensagens que recebia dos ouvintes. Dir-se-á que ainterpretação pode corrigir, pode acentuar, pode mitigar conceitos que ali vêm expressosnum conjunto das mensagens, a verdade é esta, se não houvesse ouvintes a queixarem-se osproblemas, esse e outros que foram aduzidos <strong>aqui</strong> enquanto fui Provedor, não tinham tidoexistência. Posto isto e creio ter sido claro relativamente a este mix de sentimentos quetenho em relação, naturalmente como profissional de rádio, à Antena 3 hoje, não estoufelizmente mais na posição em que tu Mário Figueiredo, vai felizmente estar, digofelizmente para empresa felizmente, para os profissionais, mas felizmente sobretudo paraos ouvintes tens um perfil exato d<strong>aqui</strong>lo que se espera como base de trabalho, interpretativatambém pelas tuas capacidades teóricas, do teu talento académico também, paradesempenhar essas funções e fico feliz de estar agora sujeito ao teu próprio escrutínio, esempre ao dos ouvintes, digo isto com alguma emoção porque ver um profissional colega adesempenhar essas funções, ele merece a nossa própria aferição, e gostava muito quepudesses arranjar esses segundos para emitir isso que eu disse, é meu pedido porque achoque isto é muito sentido da minha parte, digo com alguma emoção até. Relativamente àAntena 2, bem eu fico feliz por <strong>aqui</strong>lo que aconteceu à Antena 2 é que passo a pretensão,mas alguma crispação dos meus colegas da Antena 2 enquanto fui Provedor relativamente àideias que desprendi e que mais uma vez resultavam da minha interpretação acerca dasquestões que os ouvintes levantavam, uma vez abandonado o cargo, até com maisdisponibilidade e menos inquietação, o ouvir como ouvinte da Antena 2, e é uma estação domeu coração há muitos anos, eu sinto que a Antena 2 mudou muito, isso deve-se aosouvintes evidentemente, muito mais do que ao Provedor, a Antena 2 mudou e muito.Interpretações sobretudo estéticas, se há estação em que a preocupação da forma éabsolutamente essencial, e a forma no caso da rádio é uma coisa muito pouco abstracta, sãoconceitos muito concretos do que é o uso do silêncio, o uso da metáfora, o uso da voz, ouso da música, o uso do disco, o uso do som gravado, o uso doSom estereofónico, que ele encarna durante um tempo imenso. Se há estação em que estasquestões têm que prevalecer permanentemente no conceito dos produtores da rádio, é aAntena 2, e a Antena 2 felizmente mudou muito desde essa altura.MF - Por impossível que te possa parecer Adelino, queria falar de informação associada aum pouco isto que disse o José Nuno, falou, da forma e da estética. Que opinião levas dainformação do serviço público de radiodifusão? Digo isto porque queria depois diferenciarda programação e tu, por razões que todos conhecemos, estás muito mais ligado àinformação, ainda que por necessidade do exercício da função, tivesses tido necessidade deolhar para ambas. Mas é da informação que te peço para falares agora.127
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serve de nada, e então fica carís
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