Opinião para a rádio e para a televisão, que tem tarefas nessa medida; tem a EntidadeReguladora para a Comunicação Social que naturalmente tem uma particular atenção emrelação aos conteúdos transmitidos pelo serviço público de rádio e de televisão; e depois hátambém, não podemos esquecer, um escrutínio muito grande da opinião pública. É evidenteque a opinião pública pode desculpar um erro, um falhanço de um operador privado para oqual não contribui mensalmente com o seu dinheiro, mas é muito mais exigente em relaçãoao serviço público de rádio porque sabe que ele é pago com o dinheiro dos contribuintes. Eportanto não há outra estação, outro operador de rádio – e eu estou a falar de Portugal,como poderia estar a falar da Europa inteira, porque em toda a Europa a existência de ummodelo serviço público de rádio e de televisão é uma existência que está perfeitamenteconsensualizada a nível da opinião pública, a nível social e a nível político, não é umaquestão questionável – este serviço público de rádio é altamente escrutinado. Ou seja, háuma particular atenção popular em relação à forma como ele funciona, o que lhe confereuma dupla responsabilidade.Provedor – Eu devia ter começado a nossa conversa por aí… tenho curiosidade em saberse o Alberto Arons de Carvalho teve, na meninice, adolescência, juventude, alguma relaçãoafectiva particular com o meio rádio?AAC – Não. Digamos que eu tive, na minha juventude, um interesse muito grande pelosjornais, fui jornalista, fui colaborador do República antes do 25 de Abril, depois fuijornalista da República, e depois do jornal A Luta, a seguir, em 75, 76, e depois tive…Provedor – Rádio não?AAC – Não. A ligação que tenho à rádio, digamos assim, é eu ter sido, com outras pessoas,fundador da ideia de uma associação de rádios locais, o antigo Instituto das Rádios Locais,que mais tarde viria a ser a actual Associação Portuguesa de Radiodifusão. Estive nagénese, na formação, e depois fui durante muitos anos assessor dessa associação, a títulocompletamente gratuito…Provedor – Esse passado de jornalista, secretário de Estado da tutela, de investigadoruniversitário, condiciona, ou orienta, a escuta rádio ou a visão de televisão?AAC – Não orienta, mas dá-me uma atenção redobrada, um interesse bastante grande. Éuma matéria que eu estudo desde há 40 anos, digamos assim, e em relação à qual – eu souuma pessoa que porventura gosto pouco de emitir opiniões sobre matérias que não dominobem – em relação a estas matérias da comunicação social são matérias em que me sintobastante á vontade, porque são matérias que eu estudo há muitos anos. E particularmentenesta questão do serviço público choca-me muitas vezes ver coisas escritas nos jornais deuma enorme ligeireza, de uma enorme falta de profundidade, porque precisamente gasteimuitos anos da minha vida a estudá-las e a ler muita coisa, a ouvir muita coisa, a perceberque o serviço público é uma coisa que na Europa não tem discussão, em relação à sua156
existência. Poderá ter depois… obviamente depois tem modelos nacionais com uma enormediferença, mas…Provedor – A sua escuta de rádio, penso eu, não irá tanto para a Antena 3, mas mais para ocanal generalista, e eventualmente para a Antena 2… Pergunto-lhe: o que é o cidadãoArons de Carvalho ouve do serviço público de radiodifusão, satisfá-lo?AAC – Sim, satisfaz-me. Eu devo dizer que, por razões até do sítio onde vivo, eu ouçomuito mais a Antena 1 do que, porventura, ouviria se pudesse ouvir a TSF comnormalidade. Quer dizer: praticamente, no sítio onde vivo, não se ouve a TSF…Provedor – Uma das obrigações do serviço público é chegar a todo o lado…AAC – Exactamente, aí está outra obrigação que hoje em dia já nem falamos dela porque étão comum – e na televisão praticamente não se sente, mas na rádio é um ponto importante:é chegar a todo o lado, mesmo que isso implique um custo…Provedor – E tem, de facto…AAC – …uma relação custo-utilidade muito grande. Mas a Antena 1 obviamente quesatisfaz, em geral, bem, as minhas expectativas em relação ao serviço público.Naturalmente que encontro todos os dias, <strong>aqui</strong> e além, uma pequena crítica, e digo “Masporque é que isto é assim e porque é que não é assado?”, a nível informativo, a nível daprogramação, embora eu cria que o serviço público de rádio, tal como é apresentado nassuas facetas de informação e de programação – e eu sou um ouvinte de muitas horas pordia, quando viajo de carro, e eu não moro em Lisboa. No trânsito, quando estou em casa demanhã, ouço sempre a Antena 1, e às vezes também a Antena 2… O serviço público derádio continua a ser insubstituível, e não vejo… Aliás, quando se fala muitas vezes no custodo serviço público fala-se, em Portugal, sempre na televisão. Ninguém até agora ousou pôrem causa o serviço público de rádio, tanto mais que ele não tem publicidade, a única receitaque tem deriva da contribuição para o audiovisual.Provedor – Vamos olhar para o futuro. Eu acho que o novo paradigma já está aí: a internetpossibilita nem se sabe ainda bem o quê em termos de rádio, ou até onde podemos ir. Mashá também quem o possa considerar como uma ameaça à rádio tradicional. A escuta atravésaté da web-rádio deixará de ser rádio e passará a ser áudio. Portanto, nas potencialidadesque a net oferece à rádio, será uma ameaça, uma nova oportunidade? Como é que o serviçopúblico se deve posicionar relativamente a isto?AAC – Bom, eu creio que são novos desafios, é muito difícil – tal como em relação àtelevisão – é muito difícil prever o que poderá ser o serviço público d<strong>aqui</strong> a alguns anos.Mas eu sigo muito… Há um texto, uma frase, que foi publicada nos estatutos da UniãoEuropeia de Radiodifusão, há alguns anos, segundo os quais (na altura creio que se falavade televisão) o serviço público tem de estar onde está o público. Isso significa que o serviço157
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