Encontrei uma reduzida importância, e consequente investimento,em Programas de Autor, apesar da RDP (?) ainda possuir nos seus quadros,de pessoal e colaboradores, muita gente disponível e com talento para osconceber e realizar. Mas os critérios mudaram (inclusive as designações,deixou de se falar em Programas e Rubricas para os substituir por formatose conteúdos). Regressou-se às listas dos discos a divulgar em emissões,previamente elaboradas por programadores (as famigeradas playlists),principalmente no canal generalista, a Antena 1 (à semelhança do queacontecia na E.N. até ao 25 de Abril de 74 e durante pouco tempo depois).Listas perfeitamente redutoras da criatividade e competência que sereconhece praticamente à generalidade dos profissionais animadores deemissão daquele canal.Em muitos casos encontrei uma Rádio pública ‘formatada’ emmodelos repetitivos e plasmados de outras estações, numa lógica comerciale concorrencial pouco ou nada adequada às exigências da Rádio ServiçoPúblico. Pouco inovadora, tímida, onde os riscos criativos são mínimos, eonde, frequentemente, se nota uma sobrevalorização jornalística emdetrimento da estética radiofónica.Encontrei um quase deslumbramento pelas 'notáveis potencialidadesque a Internet oferece à Rádio’ (ao áudio, diria eu). Sem se poder esqueceressa realidade e o seu eventual exponencial aumento, considero, e afirmeiojá publicamente, que não é legítimo antecipar e investir num futuropotencial, esquecendo o presente (nomeadamente, por exemplo, asnecessidades de formação dos profissionais, prioritariamente dos que têmacesso ao microfone ou a renovação sistemática para melhoria dascondições de cobertura técnica das emissões do Serviço Publico, a que a<strong>RTP</strong>, SA, enquanto concessionária, está obrigada).22
O pretexto de aproveitamento de sinergias empresariais, ou deoutros exemplos europeus, não é, por si só, garantia de que possa obstaràquilo que o tempo, desde a unificação <strong>RTP</strong>/RDP, tem evidenciado:A Rádio foi submersa, diria mesmo, esmagada pelo peso real daTelevisão e pelo temor reverente que esta sempre provoca, aos seusdirigentes, aos políticos, à tutela.Note-se que no seu Relatório final, 2006/2008, o primeiroprovedor do Ouvinte, José Nuno Martins, já alertava para a tendenteinevitabilidade de, se não fossem tomadas as medidas adequadas, a ‘Rádiopública não conseguiria superar as dificuldades do tempo’. E não foram.Subscrevo e destaco as observações do histórico primeiro Provedorquando referiu que “A RDP (ainda existe?) cujas identidades terá aceitadofazer alterar sem contrapartidas, deixou perder afectos e Públicos,qualidades técnicas e muitos profissionais num lamentável contraciclointerno de que será muito difícil sair”.Hoje a Rádio Pública, depois de se ter visto completamentedesbaratada na sua identidade, está tristemente reduzida à condição daparente pobre, ignorada e maltratada, uma espécie de Cinderela, ofuscadae preterida pela ‘meia irmã’, a Televisão, que goza dos privilégios eatenções que, por direito próprio, também deveriam ser seus.Mas, apesar de tudo, e de forma surpreendente, os portuguesestendem a manter uma confiança quase sem falhas no Serviço Público deRádio e Televisão, visto ainda como garante de pluralidade. E a Rádiobeneficia de maior credibilidade, apesar de ser menos importante do que osjornais enquanto fonte de informação 22 Estudo de Recepção dos Meios de Comunicação Social, José Rebelo (coordenador), edição EntidadeReguladora para a Comunicação Social, 200823
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Prof. P.C. - É muito mais cómodo
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Prof. P.C. - Se é o que é preferi
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existência. Poderá ter depois…
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