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IlIARI())A CAMARA »()S» - Câmara dos Deputados

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Abril de 1998DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOSQuinta-feira 9 09645o SR. PRESIDENTE (Hermes Parcianello) ­Em conformidade com o art. 87 do Regimento Interno,pois. "Foram venci<strong>dos</strong> pela comida de graça servidanos cassinos". A razão é muito simples: "quem gastaa Presidência concede a palavra ao ilustre Deputado no jogo deixa de gastar em outras áreas". 'Severino Cavalcanti, do PPB de Pernambuco. S.Exa. dispõe de 25 minutos.O SR. SEVERINO CAVALCANTI (PPB - PE.O editorial da Folha de S.Paulo analisa oassunto de forma mais genérica, mas não deixa deestabelecer o liame entre os aspectos econômicos ePronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, sócio-morais. Este parágrafo é uma síntese do queSplS. e Srs. Deputa<strong>dos</strong>, está na Comissão de Economiado Senado o projeto que libera o jogo em nossoesperaria o Brasil, se o Congresso Nacional viesse aaprovar a legalização do jogo:País. Nos últimos dias têm surgido na imprensa pronunciamentosque constituem adve~ências que asociedade e principalmente o Congresso Nacionalnão podem ignorar.'Refiro-me, especificamente, ao 19cido artigo dojornalista Roberto Pompeu de Toledd, publicado narevista Veja desta semana e ao oportu,no editorial dojornal Folha de S.Paulo, de ontem. 'O jornalista da revista Veja investe contra a legalização<strong>dos</strong> cassinos, apresentando argumentosirrefutáveis, mas, sobretudo, alertando a Nação sobrea ameaça que tal projeto encerra, do ponto devista da degradação <strong>dos</strong> costumes, da ofensa à moraie <strong>dos</strong> riscos à saúde da população.A conclusão cio articulista é irretocável:Dadas as nossas condições, no entanto,o provável é que fiquemos um poucomais pareci<strong>dos</strong> do que já somos com o Paraguai,onde a roleta rola livre, brilha o panoverde e as condições econômicas e sociaissão o que são.Parece claro que o jornalista Roberto Pompeude Toledo condena a situação reinante no vizinhopaís e não o seu povo, digno e trabalhador.No tocante à argumentação, o mencionadoarticulista refere-se à alegação <strong>dos</strong> defensores <strong>dos</strong>cassinos, segundo a qual eles trazem riqueza paraas áreas onde se estabelecem, criam empregos e,com os impostos, reforçam o caixa do Estado.Apoiado em estu<strong>dos</strong> e pesquisas do economista RicardoGazel, radicado nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, demostraquão ilusórias são essas estimativas.As conclusões atestam que os custos provoca<strong>dos</strong>pelo vício são muito maiores do que os eventuaisbenefícios sociais, como em relação à criaçãode empregos. Os problemas do jogad~r compulsivosão vários: absenteísmo ao trabalho, inpremento dacriminalidade e prejuízos à saúde. Um qado interessanteé o alusivo ao fenômeno "canibfllização' de~ . ~~outros negoclos.Em Atlantic City, Nova Jersey, onde o jogo foilegalizado em 1978, cita Pompeu de Toledo. 50%<strong>dos</strong> restaurantes haviam desaparecido dez anos de-O jogo é fator de desagregação davida <strong>dos</strong> indivíduos e da sociedade. Valelembrar que, após o advento do bingo, omaior hospital de São Paulo, o das Clínicasda USP, montou um ambulatório para jogadorescompulsivos. Além disso, é sabidoque os jogos de azar estão associa<strong>dos</strong> aocrime organizado e ao narcotráfico. A folhacorrida do jogo é extensa: sonegação, violência,degradação social e individual.Pelas razões apontadas, requeiro àMesa, na forma regimental, que o artigo deRoberto Pompeu de Toledo, da revista Veja,e o editorial da Folha de S.Paulo sejam publica<strong>dos</strong>como partes integrantes deste pronunciamento.Não posso deixar, Sr. Presidente, de focalizar,nesta oportunidade, outra elucidativa matéria jornalística,estampada na mesma revista Veja, edição de28 de agosto de 1996. Trata-se de entrevista doProf. Ricardo Gazel, cujos trabalhos mais recentesinspiraram a coluna de Roberto Pompeu de Toledo.Atentem, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa<strong>dos</strong>,para uma resposta de Gazel:O cassino pode se tornar um sugadourodo dinheiro da população mais pobre nasregiões em que funcionar. Quanto mais fácilo acesso ao cassino, maior a probabilidadede· criar jogadores vicia<strong>dos</strong>. Veja o queocorreu em lllinois, nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>.Estu<strong>dos</strong> mostram que as pessoas que morama uma distância média de 8 quilômetros<strong>dos</strong> cassinos jogam quatro vezes mais doque o restante da população.Vejamos o que ele afirmou sobre Las Vegas, oparaíso da jogatina:Os problemas gera<strong>dos</strong> pelos cassinoscostumam ser infinitamente maiores do queos benefícios. Em alguns aspectos, a legalizaçãodo jogo em Las Vegas foi positiva. Aregião se desenvolveu; a cidade é recordistaem crescimento populacional nos Esta<strong>dos</strong>

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