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IlIARI())A CAMARA »()S» - Câmara dos Deputados

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09596 Quinta-feira 9 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Abril de 1998temacional, francamente desfavorável à atração de dência da família para pagar contas de restaurantesinvestimentos para economias periféricas, tanto e viagens de férias? Talvez falte a S. Exa. o mínimoquanto desconhece, propositadamente, quer nos pa- de autocrítica necessário para reconhecer o própriorecer, as dolorosas lições, já amadurecidas, sobre comportamento, como, de resto, se evidenciou naas conseqüências de tal atabalhoamento no redese- soberba com que se recusou a reconhecer qualquernho do Estado brasileiro, cujo exemplo mais notório erro na condução da política econômica, mesmoe divulgado foram os blecautes impingi<strong>dos</strong> à popula- quando, coagido pela crise asiática, comparecia aoção carioca pela cobiça e despreparo da Light priva- Congresso conclamando a população a novos sacritizada.fícios. Mas uma outra hipótese. mais provável. asso-O mais grave, todavia, Sr. Presidente, SrSla e ma entre nós.Srs. Deputa<strong>dos</strong>, é que semelhante caminho não To<strong>dos</strong> os posicionamentos do Governo no propodelevar a outro resultado que não o empobreci- cesso em análise, Sr. Presidente, SrSla e Srs. Deputa<strong>dos</strong>,menta ainda maior do País e de sua população, ade- denotam uma tendência para a fraude dolosa e paramais de inviabilizar rotas viáveis para a alavanca- a mistificação. Afirma-se vender empresas ineficiengemdo nosso desenvolvimento econômico e social. tes para, com as receitas, abater passivos e, com aNo último dia 18 de fevereiro, publicou a revista folga orçamentária, aumentar os gastos nas ativida-Carta Capital artigo de capa apresentado da seguin- des inerentes ao Estado, assim classificadas, comte forma: "Goela Abaixo - para salvar o Governo a destaque, saúde e educação.ordem é privatizar a qualquer custo, mesmo que o E o que se vê na realidade? Triplica-se a dívidaBrasil saia perdendo". Fazendo uso aqui de imagens pública de curto prazo e mantêm-se intoca<strong>dos</strong> ospresentes no minucioso retrato da insanidade go- grandes passivos estruturais do setor público, envernamentaltraçado por aquele prestigioso veículo quanto se liquida o patrimônio duramente conquistadaimprensa, o Governo, ao irresponsavelmente do pelo povo brasileiro, tendo como único intuitoinsistir nas privatizações, age como o feirante que atrair alguns dólares, necessários para manter a farpromovea xepa ao fim da feira, vendendo por qual- ra de importações, diante da recusa em alterar a soquerpreço. 1'\..., contrário, porém, do humilde comer- brevalorização da moeda, a esta altura evidenteciante, que age racionalmente, pois transaciona mer- mesmo para os grandes bancos e agências de riscocadarias perecíveis, comporta-se o Governo do Se- internacionais.nhor Fernando Henrique Car<strong>dos</strong>o com espetacular e Por outra feita, reduzem-se os gastos sociaislamentável prodigalidade, na medida em que liquida para conceder folga a maiores pagamentos de juros,ativos valiosos e lucrativos para financiar, em termos enquanto não se avança um milímetro em maior efiagrega<strong>dos</strong>,gastos correntes do setor público e uma ciência social. Vendidas para fazer caixa, sem uminjustificável expansão da demanda interna, qualifi- prévio plano estratégico de desenvolvimento que justicadana farra de importações de bens de consumo fique a alienação, sem que os órgãos responsáveissupérfluos.pelo papel regulador do Estado se encontrem minima-To<strong>dos</strong> lembramos do Ministro Pedro Malan fa- mente operacionais e com contratos nos quais se junzendouso de analogia com a administração domés- tam vantagens lesivas em termos de ajuste de tarifastica para justificar o último pacote fiscal do Governo, com total ausência de exigências em termos de invesque,aliás, é oportuno registrar, foi e é, ao contrário timentos, não há qualquer garantia de que as estataisdo que apregoaram então as autoridades, integral- privatizadas, em particular prestadoras de serviço púmentesustentado pela sacrificada classe média bra- blico, cresçam em eficiência. Ao contrário, como bemsileíra. Dizia então S. EXª com seu didático ar de in- demonstra o exemplo da Light, a lógica privada dafalibilidade, que dona-de-easa alguma poderia, se busca pelo lucro fácil de curto prazo, típica <strong>dos</strong> consórnãopor curto espaço de tempo, manter seu orça- cios de capital predominantemente financeiro, como osmenta com gastos superiores às receitas.que, com auxílio do Governo, têm logrado êxito no pro-Na mesma linha de tal pérola de obviedade, cesso de desestatização brasileiro, leva ao segundopronunciada como introdução a um pacote que, em ou terceiro planos a necessidade de um bom atendiboamedida, resumiu-se a cortes em gastos sociais mento ao consumidor.para permitir o crescimento nos pagamentos de ju- Quem ganha com tal atitude? Ganha o Presirosa investidores internacionais e a aumento de im- dente, obcecado pela reeleição, mantendo uma falsapostos sobre os assalaria<strong>dos</strong>, o que diria o Ministro aparência de normalidade econômica. Ganha o setorda Fazenda de quem vende o automóvel e a resi- financeiro, recheado de ex-assessores presidenciais,

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