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L'hipocrisie dans Dom Juan de Molière - Repositório Científico do ...

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Neves, Ana Cristina - Língua adicional: contextos e contínua 11 -37língua portuguesa, numa tentativa <strong>de</strong> se aproximarem das formas crioulas oubasiletais. Verifica-se, assim, que subjacente ao <strong>de</strong>senvolvimento da língua crioulaestá um processo <strong>de</strong> divergência ou <strong>de</strong> afastamento da língua lexifica<strong>do</strong>ra(MUFWENE 2010, 390), i.e. da língua europeia, por a sua aprendizagem ter si<strong>do</strong>imposta.Nestes processos, há ainda que ter em conta a influência das línguas <strong>de</strong>adstrato, termo que exclui, por <strong>de</strong>finição, as línguas <strong>de</strong> substrato, representadaspelas línguas africanas <strong>do</strong>s falantes <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>s, tais como o olof e o mandinga,entre muitas outras, no caso <strong>do</strong> crioulo <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong>, e a língua <strong>do</strong> superstrato,i.e., aquela falada pelos que <strong>de</strong>têm o po<strong>de</strong>r na comunida<strong>de</strong> linguística, ou a língua<strong>do</strong>minante (vd. HOLM 1988, 5, 65-68), que seria, no caso <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong>, oportuguês. Um exemplo <strong>de</strong> línguas <strong>de</strong> adstrato é os estrangeirismos eneologismos oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inglês menciona<strong>do</strong>s por D. Meintel (1975, 242 ff.),como, por exemplo, adiyáp <strong>do</strong> inglês hurry up.A língua <strong>de</strong> adstrato marca presença no contacto linguístico sobretu<strong>do</strong>através da introdução <strong>de</strong> novos lexemas. No entanto, não assume o papel <strong>de</strong> LSpor não se tratar <strong>de</strong> uma língua <strong>do</strong>minante nem em termos económicos(superstrato) nem em termos populacionais (substrato).Marcellesi (1981, 7) aplica o termo continuum pós-crioulo a sistemas quediversificaram ligeiramente as existências nacionais, as escritas ou religiões, ten<strong>do</strong>si<strong>do</strong>, assim, conota<strong>do</strong>s com línguas diferentes; a situação contrária, em quesistemas genetica e historicamente estranhos um ao outro acabam por funcionarnum da<strong>do</strong> momento da história, na mesma comunida<strong>de</strong>, como complementares,seria a <strong>de</strong> diglossia, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> surgir situações <strong>de</strong> quasi-diglossia ou <strong>de</strong> quasi-continuum. A Suíça e Cabo Ver<strong>de</strong>, entre outros, representam <strong>do</strong>is bons exemplos<strong>de</strong> situações diglóssicas. A primeira, pela coexistência <strong>de</strong> várias línguas oficiais eas suas respetivas varieda<strong>de</strong>s dialetais; o segun<strong>do</strong>, pela presumível abruptaformação da língua crioula que é hoje a língua nacional daquele país.Por incrível que pareça, as línguas crioulas continuam a ser <strong>de</strong>nominadas<strong>de</strong> crioulas e não apenas <strong>de</strong> línguas, não só por razões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m teórica mastambém por motivos afetivos.Polissema – Revista <strong>de</strong> Letras <strong>do</strong> ISCAP – Vol. 12 -201216

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