L'hipocrisie dans Dom Juan de Molière - Repositório CientÃfico do ...
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Andra<strong>de</strong>, Nuno Neves – Mun<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong>: Representações interculturais naPolónia sob a influência nazi 227-254Ju<strong>de</strong>u seria. Imagens <strong>do</strong> gueto <strong>de</strong> Lodz, na Polónia, na altura das invasões,mostra como os Ju<strong>de</strong>us alegadamente seriam, por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong>ssa “máscara” <strong>de</strong>europeus civiliza<strong>do</strong>s.Numa tentativa <strong>de</strong> se aproximarem <strong>de</strong> uma população polaca enfraquecidapela situação <strong>do</strong> seu país e tentan<strong>do</strong> criar um senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> relação entre as duasculturas, os Nazis, filman<strong>do</strong> a população rural Polaca, alegam que só <strong>de</strong>pois dasinvasões é que estes passaram a ter uma visão correcta da forma como vivem osJu<strong>de</strong>us na Polónia. No relato que acompanha as imagens é dito: “(…), nor havethey suffered from the chaos of war as has the native Pole”.Isto é referente à falta <strong>de</strong> presença Judia nas al<strong>de</strong>ias. Algo que,recor<strong>de</strong>mos, está liga<strong>do</strong> a uma das acções mais fortes tomada pelo governoPolaco na pré-invasão, que foi exactamente retirar as terras aos Ju<strong>de</strong>us e dá-lasaos naturais Polacos, para que eles as pu<strong>de</strong>ssem explorar, tal como referiuRingelblum. Porém, afirmar que não existiam Ju<strong>de</strong>us nas al<strong>de</strong>ias não é totalmenteverda<strong>de</strong>, visto que Eva Galler vivia numa al<strong>de</strong>ia Polaca com muitos outrosJu<strong>de</strong>us. Daí, po<strong>de</strong>mos retirar que, para efeitos <strong>de</strong> eficiência na transmissão <strong>de</strong>uma imagem cultural, era necessário <strong>de</strong>turpar a verda<strong>de</strong> e escolher uma situaçãopontual capaz <strong>de</strong> servir <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certo mo<strong>do</strong> expandida eque permitisse retratar a imagem que se procurava veicular. Usan<strong>do</strong> uma situaçãopontual, transforman<strong>do</strong>-a numa verda<strong>de</strong> assumida, <strong>de</strong> forma que quem fosseexposto a essa maquinação, ten<strong>de</strong>ncialmente iria acreditar no que lhe havia si<strong>do</strong>apresenta<strong>do</strong>.Não só isso mas também os Nazis queriam alienar os Ju<strong>de</strong>us da realida<strong>de</strong>Polaca, afirman<strong>do</strong> que eles não seriam Polacos e por isso colocar-se-iam àmargem, indiferentes à guerra - já que, <strong>de</strong>pois <strong>do</strong>s ataques, os Ju<strong>de</strong>us voltavamaos seus negócios, - queren<strong>do</strong> com isso mostrar os Ju<strong>de</strong>us como materialistas einsensíveis ao sofrimento <strong>do</strong>s seus vizinhos.Continuan<strong>do</strong> esta tentativa <strong>de</strong> fazer os Polacos acreditar que os Ju<strong>de</strong>us oshaviam engana<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s durante anos, inclusive aos próprios Nazis, o filmevolta a referir o passa<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> uma ilusão criada pelos Ju<strong>de</strong>us. É afirma<strong>do</strong>que, vinte e cinco anos antes, não tinham visto a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> gueto polaco masPolissema – Revista <strong>de</strong> Letras <strong>do</strong> ISCAP – Vol. 12 -2012248