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L'hipocrisie dans Dom Juan de Molière - Repositório Científico do ...

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Frey, Tales – A performance e o <strong>de</strong>sfazimento <strong>do</strong> logocentrismo nas artes cénicas 255 -275evi<strong>de</strong>ntemente, não estamos falan<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ritual propriamente dito, ou seja, algorelativo a rito, algo conecta<strong>do</strong> a uma or<strong>de</strong>m prescrita das cerimônias que sepraticam numa religião ou qualquer cerimonial, seita, culto, enfim, pois, na arteda performance (incluin<strong>do</strong> suas variações <strong>de</strong> nomenclaturas), há um caráterartístico atribuí<strong>do</strong>. O fato <strong>de</strong>ve-se principalmente por haver, neste manifestoartístico, uma ritualização <strong>do</strong>s atos cotidianos, um transpor <strong>do</strong> contextocorriqueiro para o artístico.Segun<strong>do</strong> o autor Renato Cohen:(...) arte <strong>de</strong> fronteira, no seu contínuo movimento <strong>de</strong> ruptura com o quepo<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “arte estabelecida”, a performance acaba penetran<strong>do</strong>por caminhos e situações antes não valorizadas como arte. Da mesmaforma, acaba tocan<strong>do</strong> nos tênues limites que separam vida e arte .12O autor ainda explica que a performance possui uma conexão ontológicacom um movimento maior, uma forma distinta <strong>de</strong> olhar a arte, sen<strong>do</strong> a liveart,haven<strong>do</strong> aí uma maneira peculiar <strong>de</strong> voltar o olhar para a arte: é estabelecida umaaproximação direta da arte com a vida, levan<strong>do</strong> em conta a espontaneida<strong>de</strong>, onatural, em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong> que é previamente prepara<strong>do</strong>, testa<strong>do</strong> e ensaia<strong>do</strong>.Tiran<strong>do</strong> a arte <strong>de</strong> sua função meramente estética, a liveart, arte ao vivo (arte viva),não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um movimento <strong>de</strong> ruptura, o qual emerge como uma maneira <strong>de</strong>extrair o caráter sagra<strong>do</strong> da arte, porém como um resgate da característicaritualística <strong>de</strong>la através <strong>de</strong> um movimento que procura removê-la <strong>do</strong> ambienteconvencional (teatros, museus e galerias) para estabelecer, para a arte, umaposição estrategicamente mais viva e transforma<strong>do</strong>ra.Cohen afirma que a liveart acontece assim:(...) <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, se tira a arte <strong>de</strong> uma posição sacra, inatingível, vai sebuscar, <strong>de</strong> outro, a ritualização <strong>do</strong>s atos comuns da vida: <strong>do</strong>rmir, comer,12 C OH E N , R e nat o. A pe rf o rm an ce co m o l in g u ag e m , p. 38.Polissema – Revista <strong>de</strong> Letras <strong>do</strong> ISCAP – Vol. 12 -2012260

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