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Impressão de fax em página inteira - Câmara dos Deputados

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Fevereiro <strong>de</strong> 1996 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sábado 17 04755naturalmente, pela força <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong>. Os dólares médios <strong>em</strong>presários não têm recursos para investir,que viess<strong>em</strong> teriam compradores priva<strong>dos</strong>. O Gover- o BNDES vai buscá-los lá fora. Se falta dinheiro parano iria, então, reduzindo sist<strong>em</strong>aticamente a dívida a agricultura, o Governo vai batalhar linhas <strong>de</strong> crédiinterna,economizando no pagamento <strong>de</strong> juros, jun- to no exterior. Se a construção civil está parada etando recursos para ampliar os investimentos na não existe financiamento para a casa própria, o <strong>de</strong>usárea social.dólar vai viabilizar.A situação é oposta. Quase dobrou a dívida. O Parece que o Estado brasileiro <strong>de</strong>scobriu opeso <strong>dos</strong> juros no Orçamento <strong>de</strong> 1995 foi tão gran<strong>de</strong> moto contínuo da criação <strong>de</strong> riqueza: mantém os juqueo Governo não os pagou, na maior parte. Emitiu ros internos muito altos e vai buscar lá fora dólarmais títulos, o que jogou o probl<strong>em</strong>a para os anos para tudo o que precisa, para ganhar com a diferenseguintes.E não parece exagero estimar que a car- ça entre as taxas <strong>de</strong> juros internas e externas. Basga<strong>de</strong> juros que o Governo assumiu se aproxima do taria o bom senso para que os nossos dirigentes vistotal<strong>de</strong> investimentos novos na área social que pre- s<strong>em</strong> que isso é absurdo.tendia realizar nos quatro anos do seu plano estraté- Fernando Henrique Car<strong>dos</strong>o, José Serra, Sérgico,o PPA 1996/1999.gio Motta, Pedro Malan, homens que combateram oEra essa, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, srªs e Srs. Deputa- mo<strong>de</strong>lo econômico adotado pelo regime militar <strong>de</strong><strong>dos</strong>, a primeirá questão que eu queria <strong>de</strong>stacar. O busca, a qualquer preço, <strong>de</strong> capital externo para <strong>de</strong>-Estado da globalização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, que v<strong>em</strong> con- senvolver o País, <strong>de</strong>veriam se l<strong>em</strong>brar <strong>de</strong>sse passado.duzindo o País pelo mar revolto <strong>dos</strong> capitais interna- O milagre <strong>dos</strong> militares, o crescimento aceleracionais<strong>de</strong> curto prazo, é o Estado comprometido do <strong>de</strong> 1968 a 1973 também foi feito com o endividacomos interesses <strong>de</strong> uns poucos, liga<strong>dos</strong> a esse mento acelerado <strong>dos</strong> particulares no exterior. Emtipo particular <strong>de</strong> internacionalização. Não vacilou, 1973, no entanto, os americanos romperam <strong>de</strong>finitin<strong>em</strong>vacilará um instante sequer, <strong>em</strong> sacrificar os in- vamente os acor<strong>dos</strong> monetários do pós-guerra e esteressessociais do sofrido povo brasileiro.cancararam a gran<strong>de</strong> crise <strong>de</strong> estagflação, cresci-A segunda observação busca analisar as gra- m~nto .Iento e, inflação do mun?o ~italista. Essavíssimas repercussões que a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> atrelar a cns~ foi equaclOnada par~ os paI~~ .ncos com a el<strong>em</strong>oedanacional ao dólar po<strong>de</strong> ter para nosso País a vaçao brutal das tax~ <strong>de</strong> JUros do IniCIO <strong>dos</strong> anos 80.longo prazo. No Brasil <strong>de</strong> hoje, observa-se um espe- Mas foi uma solução que <strong>em</strong>purrou o probl<strong>em</strong>atáculo que chega a ser <strong>de</strong>primente: para qualquer para os países capitalistas endivida<strong>dos</strong> do Terceirocoisa, corno instalar encanamento nas ruas e prote- Mundo, o Brasil à frente. Será que nossos atuais digero mico-leão dourado, medidas que não necessi- rigentes não perceb<strong>em</strong> que o caminho que tomamtam <strong>de</strong> um centavo <strong>de</strong> moeda externa para importa- agora possivelmente n<strong>em</strong> repetirá o milagre? Queção <strong>de</strong> bens ou serviços, nossos governantes orga- resultado obtiveram com as quantida<strong>de</strong>s monumennizamuma missão para ir lá fora buscar dólares. tais <strong>de</strong> dólares que tomaram <strong>em</strong>prestado ao longoQue os <strong>em</strong>presários particulares, os poucos que têm <strong>de</strong> 1995 para apoiar os <strong>em</strong>préstimos priva<strong>dos</strong>? Umcrédito externo, façam romarias para lançar papéis crescimento <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 4%, cujas marcas visíveisno exterior <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> dólares, porque o Estado no País não faz<strong>em</strong> sequer inveja às que foram <strong>de</strong>iestápagando a brutal diferença entre as taxas <strong>de</strong> ju- xadas pelos militares: a elevação da produção <strong>de</strong>ros externas e internas, compreen<strong>de</strong>-se. Eles sab<strong>em</strong> carros <strong>de</strong> luxo e a construção <strong>de</strong> shopping centers.ainda que, se houver uma crise cambial e o País Qualquer pessoa sensata, que se <strong>de</strong>dique anão tiver divisas, o Estado é o garantidor, <strong>em</strong> última pensar por mais <strong>de</strong> cinco minutos sobre o pretensoinstância, <strong>de</strong>sses <strong>em</strong>préstimos, porque s<strong>em</strong>pre foi valor absoluto da estabilida<strong>de</strong> monetária que esteassim no passado. Recent<strong>em</strong>ente, no entanto, tive- Governo tenta nos impingir todo dia, sabe que isso émos até Prefeitos do interior do Brasil, incluindo Mi- falso. Nossa rnoeda é estável <strong>em</strong> relação ao dólar,nas Gerais, reunindo-se <strong>em</strong> Nova Iorque para caçar diz<strong>em</strong>. E se o dólar caminha para um precipício? Nodólares. Nos Governos Estaduais, os planos <strong>de</strong> in- final da última gran<strong>de</strong> guerra, um dólar valia quatrovestimentoscomeçam a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r fundamentalmen- centos ienes, quase quatro marcos al<strong>em</strong>ães. Hoje,te da existência <strong>de</strong> financiamentos <strong>em</strong> dólares. Em vale menos <strong>de</strong> 105 ienes, menos <strong>de</strong> 1,5 marco. OMinas Gerais, <strong>dos</strong> 553 milhões <strong>de</strong> reais <strong>de</strong> investi- real se escora no dólar. Mas o dólar se escora numamentos públicos para 1996, 379 são <strong>em</strong> dólares, isto bomba-relógio: a dívida pública americana. A dívidaé, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do apoio externo. No Governo Fe<strong>de</strong>ral, <strong>dos</strong> EUA se tornou dinheiro vivo - com Iiqui<strong>de</strong>z imeodólar virou resposta para tudo. Se os pequenos e diata, negociável no curto prazo, e também a juros

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