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Impressão de fax em página inteira - Câmara dos Deputados

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Fevereiro <strong>de</strong> 1996 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sábado 17 04757sist<strong>em</strong>a financeiro - aplicações <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 mil como os nossos, ignoram a or<strong>de</strong>m histórica <strong>dos</strong> fadólares,<strong>de</strong> bancos, corretoras, corporações, gover- tos: recusam-se a ver que foi o monetarismo - a tennos.Nos anos 70, foram inventa<strong>dos</strong> os fun<strong>dos</strong> cole- tativa <strong>de</strong> resolver probl<strong>em</strong>as sociais através do ditivospara aplicação no overnight <strong>dos</strong> juros altos. nheiro, da taxa <strong>de</strong> juros e do mercado - que <strong>de</strong>sen-Elas <strong>de</strong>sviaram as aplicações menores das caixas ca<strong>de</strong>ou a atual crise no Estado. Hoje, republicanos e<strong>de</strong> poupança voltadas para o financiamento da casa <strong>de</strong>mocratas estão convenci<strong>dos</strong> <strong>de</strong> que o montanteprópria, que recebiam - e pagavam - juros mais bai- global da dívida <strong>dos</strong> EUA t<strong>em</strong> <strong>de</strong> parar <strong>de</strong> crescerxos.num prazo relativamente curto, para que seja possí-Os bancos e fun<strong>dos</strong> <strong>de</strong> investimento agrega- vel ao Estado honrar a gigantesca carga <strong>de</strong> jurosram pequenos e médios investidores <strong>em</strong> cotas e os anuais.introduziram no mundo financeiro <strong>dos</strong> grandões, do O monetarismo americano é o que se chamadia-a-dia. Essas instituições compravam papéis do <strong>de</strong> keynesianismo às avessas. Depois <strong>de</strong> crise <strong>de</strong>Tesouro <strong>de</strong> prazos curtos - três meses, um ano - 1929, os merca<strong>dos</strong> capitalistas permaneceram pornas taxas espetaculares que passavam a vigorar, <strong>de</strong> anos <strong>em</strong> <strong>de</strong>pressão profunda. Só se reanimarammais <strong>de</strong> 20% nominais ao ano, e dividiam o rendi- com os gran<strong>de</strong>s gastos governamentais al<strong>em</strong>ães <strong>em</strong>ento com os aplicadores, os velhos e gran<strong>de</strong>s in- americanos, <strong>de</strong> Hitler e <strong>de</strong> Roosevelt. E nesse provestidores,e os pequenos e médios recém-chega- cesso surgiu o keynesianisrno, a teoria formulada a<strong>dos</strong>. Desenvolvido nos EUA a partir da segunda me- partir da conclusão <strong>de</strong> que o mercado estava longeta<strong>de</strong> <strong>dos</strong> anos 70, o sist<strong>em</strong>a chegou ao Brasil no iní- <strong>de</strong> ser a maravilha auto-regulável suposta pela doucio<strong>dos</strong> anos 80. Os <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> papéis passaram trina capitalista oficial até então, a economia neoater os seus maiores rendimentos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do clássica. Os neoclássicos foram os contestadores <strong>dos</strong>éculo. De uma média <strong>de</strong> rendimento <strong>de</strong> 1% real no marxismo. Em 1867 tinha sido publicado o primeiropós-guerra, as taxas subiram para mais <strong>de</strong> 8% reais. volume <strong>de</strong> O Capital. Marx consi<strong>de</strong>rava a produçãoEvi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, nesse processo ganha mais qu<strong>em</strong> capitalista um campo <strong>de</strong> conflitos. A riqueza surgiat<strong>em</strong> mais. Nos EUA, no início <strong>dos</strong> anos 80,55% das da apropriação pelo burguês do trabalho assalariadofamílias eram <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedores líqui<strong>dos</strong>. E apena$ 10% não r<strong>em</strong>unerado. Marx dizia ainda que era esse condasfamílias tinham 86% <strong>de</strong> toda a riqueza financeira f1ito o responsável pelas crises do sist<strong>em</strong>a.líquida. Com isso, cresceu a participação da renda Os neoclássicos publicaram suas gran<strong>de</strong>sfinanceira e caiu a <strong>dos</strong> salários.obras no início <strong>dos</strong> anos 70 do século passado.Foi assim que a dívida do Tesouro americano Suas teorias tinham uma evi<strong>de</strong>nte virtu<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológicase elevou do 1 trilhão do início do Governo Reagan para os conservadores. Elas <strong>de</strong>fendiam que o caospara os 5 trilhões atuais. Foi assim que o orçamento aparente nas socieda<strong>de</strong>s capitalistas - a perseguiamericanopassou a usar cada vez mais dinheiro ção cega <strong>de</strong> seus interesses pelos agentes econô<strong>dos</strong>impostos para pagar os juros anuais da dívida micos individuais, <strong>em</strong>presas e pessoas - conduz napública. E foi assim que a renda americana se con- realida<strong>de</strong> ao melhor <strong>dos</strong> mun<strong>dos</strong>, à otimização <strong>dos</strong>centrou espetacularmente nos anos 80, muito pro- resulta<strong>dos</strong> para a socieda<strong>de</strong> e a uma economia espriamenteconhecida como a década da ganância. tável. Em 1873, no entanto, o sist<strong>em</strong>a capitalistaOs efeitos danosos da nova política americana se mergulhou <strong>em</strong> <strong>de</strong>pressão, <strong>de</strong>smentindo os neoclásmanifestaramnuma crise permanente do orçamento sicos e confirmando <strong>em</strong> cheio as previsões <strong>de</strong> Marx.nacional. De 1980 a 1995, o Governo teve <strong>de</strong> sus- E até hoje é assim: todas as economias capitalistaspen<strong>de</strong>r suas ativida<strong>de</strong>s por sete vezes, por ocasião evolu<strong>em</strong> por altos e baixos, com crises regulares <strong>de</strong>da aprovação orçamentária. A causa é clara. O pa- quebra<strong>de</strong>ira generalizada e <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego, que se regamento<strong>de</strong> juros pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral foi <strong>de</strong> 52 bi- pet<strong>em</strong> a cada cinco, sete anos. E crises maiores, es-Ihões <strong>de</strong> dólares <strong>em</strong> 1980, 142 <strong>em</strong> 1986 e superou truturais, como a <strong>de</strong> 1873 e a <strong>de</strong> 1929.os 200 bilhões nos anos 90, forçando a compressão A doutrina <strong>de</strong> John Maynard Keynes, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong>todas as outras <strong>de</strong>spesas fe<strong>de</strong>rais e acirrando as bancou o neoclassicismo, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> quedisputas políticas.consi<strong>de</strong>rava a obra <strong>de</strong> Marx praticamente <strong>de</strong>sprezí-A ausência <strong>de</strong> uma alternativa à esquerda para vel, justificava o intervencionismo estatal capitalista,essa situação acabou formando nos EUA um con- especialmente o uso da dívida pública como instrusensoentre a maioria <strong>de</strong>mocrata e a republicana: <strong>de</strong> mento <strong>de</strong> reanimação do mercado, através <strong>de</strong> obrasque a causa da crise é a intervenção estatal cres- e gastos públicos. E o rnonetarisrno é um keynesiacente.Os teóricos a serviço do Governo americano, nismo às avessas porque também se apóia na dívi-

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