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(os) no Sistema Prisional - CREPOP - Conselho Federal de Psicologia

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chamada Escola P<strong>os</strong>itivista <strong>de</strong> Crimi<strong>no</strong>logia que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rá a puniçãocomo <strong>de</strong>fesa da or<strong>de</strong>m social, sob forte influência da colagem doconceito <strong>de</strong> pericul<strong>os</strong>ida<strong>de</strong> à personalida<strong>de</strong> d<strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong> infratores,consi<strong>de</strong>rando o crimin<strong>os</strong>o como um monstru<strong>os</strong>o <strong>de</strong>sviante.[...] o enxerto entre as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> déficit permanente e mal moral,<strong>no</strong> contexto da época pineliana, encontrou as condições necessáriaspara fazer brotar a “pericul<strong>os</strong>ida<strong>de</strong>”, na forma <strong>de</strong> um conceitohíbrido, mas absolutamente inédito. A naturalida<strong>de</strong> com a qualessa <strong>no</strong>vida<strong>de</strong> conceitual foi recepcionada, tanto nas instituiçõesmédicas, jurídicas e sociais, <strong>de</strong> forma geral, daquela época até<strong>os</strong> dias <strong>de</strong> hoje, parece ser tributária <strong>de</strong>sse engenh<strong>os</strong>o artifício.Porém, basta dar a palavra a esses indivídu<strong>os</strong> dit<strong>os</strong> perig<strong>os</strong><strong>os</strong> paraperceber o que n<strong>os</strong>sa experiência revela: essa engenhoca conceitualestá a serviço <strong>de</strong> uma ficção, e mesmo por ser ficção não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong>ter efeit<strong>os</strong> mortífer<strong>os</strong> ao incidir <strong>no</strong> real d<strong>os</strong> corp<strong>os</strong> e das práticasinstitucionais, na maioria das vezes, calando e mortificando aresp<strong>os</strong>ta do sujeito em sua singularida<strong>de</strong> inequívoca e imp<strong>os</strong>sível<strong>de</strong> prever. Esse artifício talvez ainda sobreviva porque alimenta aarte do discurso do mestre, político-gestor, em fazer crer ser p<strong>os</strong>sívelpresumir a pericul<strong>os</strong>ida<strong>de</strong> das pessoas e garantir a segurançapara <strong>os</strong> <strong>de</strong>mais. Contudo, o perigo aí se instala quando essa i<strong>de</strong>iatermina por suturar a p<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas leituras para <strong>os</strong> at<strong>os</strong>human<strong>os</strong> e sua articulação intrínseca ao contexto sociológico <strong>de</strong>cada época. Quando se procuram resp<strong>os</strong>tas n<strong>os</strong> corp<strong>os</strong>, <strong>de</strong>ixa-se <strong>de</strong>interrogar o discurso que faz o laço da política e da socieda<strong>de</strong> e que,sobremaneira, afeta <strong>os</strong> corp<strong>os</strong>, seus at<strong>os</strong> e resp<strong>os</strong>tas. (BARROS-BRISSET, 2011, s/n)Numa imbricação <strong>de</strong> conceit<strong>os</strong> como monstru<strong>os</strong>ida<strong>de</strong>, pericul<strong>os</strong>ida<strong>de</strong>e personalida<strong>de</strong> criminal, esta escola, cuj<strong>os</strong> principais expoentes foram8. Cesare Lombr<strong>os</strong>o (1835 – 1909), médico italia<strong>no</strong>, é consi<strong>de</strong>rado o i<strong>de</strong>alizador efundador da escola <strong>de</strong> antropologia criminal italiana principalmente pelo lançamento<strong>de</strong> seu mais fam<strong>os</strong>o livro, O Homem Delinquente, em 1876.9. Enrico (1856 – 1929), jurista e político italia<strong>no</strong>, é consi<strong>de</strong>rado um d<strong>os</strong> gran<strong>de</strong>smestres do Direito Criminal. Ferri é o principal representante da escola p<strong>os</strong>itivista <strong>no</strong>Direito Penal e o criador da sociologia criminal. Sua obra influenciou profundamentea legislação penal <strong>de</strong> divers<strong>os</strong> países, inclusive a do Brasil”. Apresentação do autorna contracapa do livro Discurs<strong>os</strong> <strong>de</strong> Acusação (ao lado das Vítimas), <strong>de</strong> sua autoria(Ferri, 2007).10. Rafael Garofalo (1851 - 1934). jurista, consi<strong>de</strong>rado um d<strong>os</strong> pioneir<strong>os</strong> da crimi<strong>no</strong>logiaitaliana.33

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