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(os) no Sistema Prisional - CREPOP - Conselho Federal de Psicologia

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2010). Esta lógica do controle do risco e sua medição, gerenciamento eplanejamento preten<strong>de</strong> diminuir o máximo a p<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que dan<strong>os</strong>graves ocorram nas relações sociais <strong>de</strong>vido a sup<strong>os</strong>t<strong>os</strong> transtorn<strong>os</strong> oudoenças que, se diagn<strong>os</strong>ticadas precocemente, po<strong>de</strong>riam ser tratadasou isoladas antes <strong>de</strong> o fato dan<strong>os</strong>o ocorrer.Diante disso, a naturalização da articulação da personalida<strong>de</strong>criminal a<strong>os</strong> conceit<strong>os</strong> <strong>de</strong> pericul<strong>os</strong>ida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> risco social seleciona,através d<strong>os</strong> métod<strong>os</strong> diagnóstic<strong>os</strong> “a<strong>de</strong>quad<strong>os</strong>”, aqueles que <strong>de</strong>vempermanecer ou sair das prisões, relacionando cada vez mais umapsicologização das questões penais a<strong>os</strong> aspect<strong>os</strong> exclusivamentepunitiv<strong>os</strong> e <strong>de</strong> controles da vida cotidiana.Assim, compreen<strong>de</strong>-se porque as <strong>de</strong>mandas jurídicas para a<strong>Psicologia</strong> sempre foram <strong>de</strong> classificar e diagn<strong>os</strong>ticar característicascomo pericul<strong>os</strong>ida<strong>de</strong>, moralida<strong>de</strong>, antissocialismo, progn<strong>os</strong>e <strong>de</strong>reincidência, biografia criminal, nexo causal <strong>de</strong>lito-<strong>de</strong>linquente,alterações em funções mentais “<strong>no</strong>rmais” e (im)p<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>“cura” para subsidiar p<strong>os</strong>ições jurídicas mais repressivas, punitivas e/ou <strong>os</strong> tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> tratament<strong>os</strong> psi que <strong>de</strong>veriam ser imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong> ao sujeito“crimin<strong>os</strong>o” a fim <strong>de</strong> evitar a qualquer custo a reincidência, ou seja,que indivídu<strong>os</strong> “<strong>de</strong> risco” incomo<strong>de</strong>m <strong>os</strong> “em risco”. Nessa lógicadicotômica e maniqueísta, <strong>os</strong> “especialistas do motivo” fortalecema individualização das questões sociais e as visões punitivistas erepressoras através da busca <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>terministas e causais queexpliquem por que existem comportament<strong>os</strong> criminais e como intervirantes para que eles não se repitam. Tal como afirma Salo <strong>de</strong> Carvalho:A concepção <strong>de</strong> homem presente <strong>no</strong> paradigma etiológico sefundamenta na dicotomia entre indivíduo e socieda<strong>de</strong>, portantoa constituição do indivíduo é compreendida in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dascondições concretas nas quais está inserido. Esta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pensamento, ao negar o aspecto histórico e social da constituiçãodo sujeito, contribui para sedimentar ainda mais a explicaçãodo comportamento crimin<strong>os</strong>o e suas motivações com enfoque<strong>no</strong> indivíduo, sua personalida<strong>de</strong> e características orgânicas.(CARVALHO, 2010, p. 3)É se opondo a essas concepções <strong>de</strong> sujeito psicológico que ocorrem<strong>os</strong> investiment<strong>os</strong> atuais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parcela da categoria <strong>de</strong> psicólog<strong>os</strong>35

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