Módulo III - Escola: espaços e tempos de reprodução e resistências da pobreza 22
A ideia de ciclo, nessa perspectiva, está fundamentada numa concepção mais ampla de educação, que relaciona a aprendizagem com a formação humana, considerando os grandes ciclos de vida: infância, adolescência, juventude, vida adulta. Conceber a escola na perspectiva dos ciclos de formação forçou que se repensasse a estrutura fragmentada do tempo escolar, até então regulada pelo calendário que divide o tempo em ano, semestre, bimestre. Dessa forma, mudou-se a orientação com base nos ciclos de formação humana, muito mais amplos e diversificados. Entretanto, considerar esses ciclos requer mais que dividir o tempo escolar em tempos mais longos que o ano letivo, compreende também pensar nas formas próprias de aprender dentro de cada um deles. Ou seja, o fato de um(a) jovem de 15 anos não saber ler, por exemplo, não faz com que ele(a) deixe de ter desejos, projetos, interesses, formas de ver o mundo e viver nele, ou que deixe de ser jovem como qualquer outro(a) já alfabetizado(a). Dessa maneira, embora também não saiba ler, o processo de formação desse(a) jovem se distancia bastante do processo de formação e alfabetização de uma criança de sete anos. Os ciclos, de seu lado, não estão desvinculados do contexto social e cultural em que cada indivíduo está inserido. Ao se discutir o que é próprio da infância, por exemplo, é preciso pensá-la não de forma abstrata, mas levando em consideração o universo cultural onde essa infância está sendo vivida, pois ser criança indígena é bastante diferente de ser uma criança negra da periferia de uma grande cidade ou um sem-terrinha. Por isso, a dimensão da diversidade é um componente fundante dos ciclos de formação e uma exigência para qualquer escola que se pretenda inclusiva e democrática. Nesse sentido, é importante que nos perguntemos: Que concepções de tempos de formação temos em nossas escolas? Os tempos da escola são vistos como tempos de formação humana ou apenas tempos de transmissão de conteúdos? Como entendemos os conteúdos acadêmicos dentro da escola: como instrumentos de formação ou como fins em si mesmos? Estamos criando canais de conexão entre a cultura dos estudantes e a cultura acadêmica? Através de que práticas? Consideramos que, por trás de um(a) aluno(a), existe uma criança ou um(a) jovem que carrega um conhecimento, uma cultura, uma forma própria e diversa de ver e viver o mundo? Uma escola que se pretenda democrática precisa, então, compreender e acolher a diversidade, transformando-a em vantagem pedagógica. Módulo III - Escola: espaços e tempos de reprodução e resistências da pobreza 23
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