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Pantoja

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Para os povos indígenas, não há como pensar educação e saúde sem o seu território originário.<br />

Não há uma separação entre educar e viver, entre as produções cultural e material da existência, ou<br />

seja, para eles, educação é sinônimo de terra.<br />

Em relação à educação escolar indígena, o primeiro passo foi a conquista de uma escola<br />

diferenciada, específica, intercultural e bilíngue. Historicamente, a escolarização para os povos indígenas<br />

foi orientada por uma perspectiva integracionista, cujo objetivo era claro: integrá-los à sociedade<br />

envolvente, firmando as bases para a formação de um Estado Nacional, o que tornou necessário negar<br />

e combater a diversidade de suas culturas.<br />

Romper com essa educação foi e ainda é uma difícil batalha que começou a ser ganha,<br />

principalmente, a partir da década de 1970, com a estruturação do movimento indígena e o surgimento<br />

de organizações não governamentais voltadas para a defesa da causa indígena.<br />

A principal vitória veio na Constituição Federal do Brasil de outubro de 1988 (acesso pelo link:<br />

http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/cf.pdf ), que reconheceu expressamente os(as) indígenas<br />

como os povos originários do Brasil, garantindo a eles(as) o direito aos territórios originários e a uma<br />

educação que respeite as suas línguas e culturas, seus modos próprios de viver e pensar, e que valorize<br />

seus conhecimentos e os processos próprios de produção e transmissão desses saberes. Isso significou<br />

o reconhecimento do direito a uma educação diferenciada e específica. Além da Constituição, a Lei de<br />

Diretrizes e Bases (LDB - acesso pelo link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm ), de<br />

1996, estabeleceu – no art. 78 e seguintes – a criação de programas integrados de ensino e pesquisa,<br />

para oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas, destacando que esses<br />

programas devem ser planejados com a audiência das comunidades indígenas.<br />

Diretrizes curriculares nacionais para a educação escolar indígena<br />

Em 2012, foram publicadas pelo Ministério da Educação as novas Diretrizes curriculares nacionais<br />

para a educação escolar indígena, elaboradas a partir de uma série de discussões e trocas de<br />

experiências, principalmente a partir da Primeira Conferência Nacional de Educação Escolar<br />

Indígena, realizada em 2009.<br />

Esse documento de extrema importância afirma como um dos princípios da educação escolar<br />

indígena o “espaço de construção de relações interétnicas, orientadas para a manutenção da<br />

pluralidade cultural, pelo reconhecimento de diferentes concepções pedagógicas e pela afirmação<br />

dos povos indígenas como sujeitos de direitos” (BRASIL, 2013, p. 405).<br />

Acesse o documento completo, que se encontra a partir da página 376 das Diretrizes curriculares<br />

nacionais gerais da educação básica, pelo link:<br />

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=13448&Itemid<br />

Módulo III - Escola: espaços e tempos de reprodução e resistências da pobreza 37

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