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Pesquisas como a realizada por Henriques (2001) reforçam as críticas feitas pelo movimento<br />
negro às políticas educacionais. Acompanhando a evolução da escolaridade de estudantes brancos(as) e<br />
negros(as), Henriques constata que há um crescimento da escolaridade média de ambas as raças ao longo<br />
do século XX. Mas isso não significou o fim da discriminação racial, pois o apartamento entre os anos de<br />
escolaridade de brancos(as) e negros(as) se manteve absolutamente estável durante todo o tempo. As<br />
curvas paralelas do gráfico revelam a ineficácia das políticas universais de educação.<br />
Figura produzida pela Equipe de Criação e Desenvolvimento com base nos dados do IPEA (2011).<br />
A partir da década de 1970, o Movimento Negro entrou em cena para discutir questões como<br />
racismo e segregação, e inseriu na arena política o tema do direito ao território dos remanescentes<br />
de quilombos. Um dos resultados dessa luta foi a inclusão do artigo 68 no Ato das Disposições<br />
Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988, passando a assegurar que “aos remanescentes de<br />
quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva”. Aos poucos, e<br />
em meio a muitos debates e muitas tensões, os quilombos começam a ser considerados também uma<br />
realidade atual, e não apenas fragmentos do passado, como define o Decreto n° 4.887/2003 12 , em seu<br />
artigo 2º.<br />
Infográfico Interativo - Comunidades Quilombolas:<br />
Acesse pelo material didático digital<br />
Módulo III - Escola: espaços e tempos de reprodução e resistências da pobreza 45