inspiração Fábulas, crianças e i<strong>de</strong>ias Publicitária escreve sobre a dimensão do universo infantil para gerar metáforas, histórias e i<strong>de</strong>ias. Conviver com crianças, segundo ela, faz com que os adultos voltem a experimentar e a per<strong>de</strong>r "um pouco" o medo <strong>de</strong> errar 28 <strong>19</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark
Joanna Monteiro é Chief Creative Officer da FCB Brasil piola/iStock JOANNA MONTEIRO Especial para o PROPMARK Imagina você ouvir uma opinião <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, livre <strong>de</strong> preconceitos e sem travas na língua. Criança é assim. As crianças muitas vezes fazem do complicado algo simples. Porque elas vêm sem papas na língua, sem regras, sem hierarquia, sem política. O rei está nu e pronto. Crianças vêm abertas. Porque para elas tudo é novo e nada é anormal até que alguém diga que é. Adoro uma frase <strong>de</strong> Jean-Paul Sartre: “Existem dois tipos <strong>de</strong> pessoas que dizem a verda<strong>de</strong>: as crianças e os loucos. Os loucos são internados em hospícios. As crianças, educadas.” E a nossa chance <strong>de</strong> <strong>de</strong>seducar a mente é quando as crianças entram na nossa vida. Crianças são a chance <strong>de</strong> um restart para mães, pais, tios. A gente apren<strong>de</strong> a mudar <strong>de</strong> opinião, apren<strong>de</strong> a ouvir, apren<strong>de</strong> a ver que existem outros ângulos. São novos livros, novos filmes, novas viagens, novos problemas, novas pessoas, novas marcas, novos games, novas séries <strong>de</strong> TV (para elas novas séries <strong>de</strong> computador) e, mais <strong>de</strong>safiador, novos métodos <strong>de</strong> ensino da matemática. Crianças adoram metáforas e fábulas. Adoram histórias. Por isso a gente cria histórias para contar. E se elas são chatas, as crianças reclamam. E a gente tem <strong>de</strong> criar outra melhor. Crianças fazem a gente se manter jovem, tiram a preguiça, fazem a gente estudar, andar <strong>de</strong> patins, jogar Minecraft, caçar Pokemon, cantar Anitta, saber quem é Christian Figueiredo, apren<strong>de</strong>r a usar o Snapchat e passar horas discutindo por que celular próprio e Facebook só aos 12 anos. A gente volta aos museus, volta às roupas coloridas, ao <strong>de</strong>senho, volta ao lápis, volta a experimentar. A gente per<strong>de</strong> um pouco do medo <strong>de</strong> errar e se sente livre novamente para achar graça em coisas bobas, mas que são tão engraçadas. A gente fica menos vaidoso, mais tolerante, a empatia aumenta muito. O mais legal é que, com a mesma facilida<strong>de</strong> com que dizem a verda<strong>de</strong>, as crianças inventam. Amigos imaginários, brócolis malvados, avós com superpo<strong>de</strong>res, chuteiras mágicas e foguetes ma<strong>de</strong> in quintal <strong>de</strong> casa. E como se não bastasse dizer a verda<strong>de</strong> e inventar coisas incríveis, elas vivem perguntando. Quer coisa mais difícil que viver respon<strong>de</strong>ndo? Logo a gente apren<strong>de</strong> a dizer “não sei”. E dizer que não sabe é o primeiro passo para diminuir novamente a preguiça, estudar, ser menos vaidoso, aquilo tudo. Mais inspirador que isso? Talvez ser avó? O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> começar <strong>de</strong> novo Escalada <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> infantil, diversão com água e aventura sobre rodas: “Crianças são a chance <strong>de</strong> um restart para mães, pais, tios. A gente apren<strong>de</strong> a mudar <strong>de</strong> opinião, apren<strong>de</strong> a ouvir, apren<strong>de</strong> a ver que existem outros ângulos.” Fotos: Divulgação Andrew Rich/iStock jornal propmark - <strong>19</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 29