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edição de 19 de setembro de 2016

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mundo digital<br />

YinYang/iStockphotos<br />

Futuro x presente:<br />

o dilema do setor<br />

91% do tempo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o consumido<br />

pelos consumidores americanos<br />

continua sendo na TV<br />

Rafael Sampaio<br />

digital ven<strong>de</strong> bem o futuro, como todos<br />

O sabemos, mas falha ao entregar o almoço<br />

do dia, como vamos <strong>de</strong>scobrindo através<br />

da observação da realida<strong>de</strong>, das pesquisas<br />

e estudos que estão sendo feitos. Nos Estados<br />

Unidos, on<strong>de</strong> existe a maior competição<br />

das mídias pela atenção e preferência<br />

dos consumidores, a TV continua imbatível<br />

e dominando <strong>de</strong> longe essa disputa, segundo<br />

dados do VAB (Vi<strong>de</strong>o Advertising Bureau),<br />

entida<strong>de</strong> organizada pelas emissoras<br />

<strong>de</strong> TV aberta e fechada para monitorar a<br />

evolução do consumo do ví<strong>de</strong>o no ambiente<br />

multitela no qual se está vivendo.<br />

Do tempo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o consumido pelos<br />

consumidores americanos, 91% continua<br />

sendo na TV, que permanece a mídia lí<strong>de</strong>r<br />

no presente e assim <strong>de</strong>ve continuar no futuro<br />

próximo, enquanto o digital insiste<br />

na tese <strong>de</strong> que tudo está se transformando<br />

radicalmente e os dias das mídias tradicionais<br />

estão irremediavelmente contados. A<br />

questão central é que o consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> mais da qualida<strong>de</strong> da produção<br />

– somando enredo, <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

roteiro, atributos e padrão técnico <strong>de</strong> sua<br />

realização – do que do seu meio <strong>de</strong> distribuição.<br />

Tanto que boa parte da expansão que o<br />

digital tem obtido é <strong>de</strong>vido à absorção do<br />

estoque <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os da TV e do cinema e da<br />

contratação <strong>de</strong> sua estrutura <strong>de</strong> produção<br />

para a realização <strong>de</strong> novos programas. No<br />

relatório <strong>de</strong> <strong>2016</strong> do VAB, baseado nas pesquisas<br />

<strong>de</strong> consumo multimídia da Nielsen,<br />

uma ampla série <strong>de</strong> dados reconfirma essa<br />

realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o presente continua sendo<br />

basicamente da TV.<br />

A TV domina não apenas no público em<br />

geral (os mencionados 91%), mas também<br />

entre os chamados millenniuns (86%) e entre<br />

todos os grupos étnicos daquele país.<br />

Registra-se uma transferência do consumo<br />

do ví<strong>de</strong>o nos computadores, que per<strong>de</strong>ram<br />

12% no ano passado, para o smartphone,<br />

que ganhou 6% em usuários e 45% em tempo.<br />

Ou seja, esse crescimento do mobile sai<br />

mais <strong>de</strong> outros <strong>de</strong>vices digitais do que da<br />

TV, que não per<strong>de</strong>u volume <strong>de</strong> consumo<br />

nesse período. Mas os números <strong>de</strong> atingimento<br />

da TV continuam extraordinários,<br />

com 98,8% da população em geral (acima<br />

<strong>de</strong> dois anos), o pico <strong>de</strong> 99,6% na faixa <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 65 anos e o menor na faixa <strong>de</strong> 18 a<br />

34 anos, com 97,7%. A participação mensal<br />

<strong>de</strong> consumo do ví<strong>de</strong>o pela TV é <strong>de</strong> 91% (138<br />

horas e 42 minutos), contra 8% no computador<br />

(12 horas e 28 minutos) e 1% no smartphone<br />

(2 horas e 12 minutos).<br />

Quebrando esse consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o pelos<br />

três targets mais objetivados pelos anunciantes,<br />

a TV continua na frente: 95 horas e<br />

39 minutos na faixa <strong>de</strong> 18 a 34 anos (82% <strong>de</strong><br />

share), contra 17 horas e 49 minutos e 3 horas<br />

e 9 minutos, respectivamente, nos computadores<br />

e nos smartphones. Para o target<br />

<strong>de</strong> 18 a 49 anos, o share da TV é <strong>de</strong> 86% e<br />

para a faixa <strong>de</strong> 25 a 54, é <strong>de</strong> 89%. Quebrando<br />

o consumo <strong>de</strong> TV entre os teens e jovens<br />

adultos em três subgrupos, <strong>de</strong> 12 a 17 anos<br />

o share <strong>de</strong> consumo dos ví<strong>de</strong>os na TV é <strong>de</strong><br />

89%, <strong>de</strong> 18 a 24 anos é <strong>de</strong> 79% e <strong>de</strong> 25 a 34<br />

anos é <strong>de</strong> 84%. Ou seja, o presente é dominado<br />

pela TV até mesmo entre as faixas <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> mais entusiasmadas, que mais consomem<br />

o digital. O tempo <strong>de</strong> consumo nos<br />

smartphones cresce bastante, mas é centrado<br />

no consumo da web e, principalmente,<br />

nos apps, e não no ví<strong>de</strong>o, que continua<br />

sendo a praia da TV.<br />

E a publicida<strong>de</strong>, cuja maior força está<br />

justamente nos ví<strong>de</strong>os, continua tendo<br />

na TV sua força dominante. Outro estudo<br />

do VAB compara consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o na TV<br />

tradicional (live TV), no que se assiste em<br />

tempo diferido (gravado pelo consumidor)<br />

e pelo serviço on-<strong>de</strong>mand das re<strong>de</strong>s com o<br />

maior canal <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o da mídia digital, que<br />

é o YouTube. Nos Estados Unidos, a TV tem<br />

77%, contra 4% do YouTube. E no Reino<br />

Unido, outro gran<strong>de</strong> e sofisticado mercado,<br />

os números são 76% e 4,4%. Mas quando se<br />

isola o tempo <strong>de</strong> consumo do ví<strong>de</strong>o publicitário,<br />

a distância da TV com o YouTube é<br />

ainda mais massacrante nesses dois mercados:<br />

98% a 2% no caso dos EUA e <strong>de</strong> 93,9% a<br />

0,6% no Reino Unido, respectivamente<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

30 <strong>19</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark

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