Panorama do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro - 2010 - SECOVIRIO

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PANORAMA DO MERCADO IMOBILIÁRIO DO RIO DE JANEIRO 2010 à queda da taxa Selic (8,75% a.a.), ao rendimento da poupança em 0,6% ao mês e ao CDB estabilizado em 0,72% mensal (últimos três meses), fez com que o mercado começasse a procurar alternativas para investimentos conservadores. Assim como no Distrito Federal, o setor de locações encontra-se aquecido no Rio. Os motivos são o crescimento populacional e o aumento da renda familiar, bem como o déficit habitacional (471.872 moradias apenas na capital), o estoque praticamente constante de imóveis na Zona Sul da cidade e a valorização no valor de venda dos imóveis. Isso sem falar na dificuldade de aprovação de financiamentos. Nesse contexto, as pessoas acabam optando por locar imóveis em vez de comprar. 11.2.4. Crédito imobiliário ganha força no País A Caixa Econômica Federal terminou o primeiro semestre de 2010 com um recorde nos financiamentos imobiliários, fechando mais de 575 mil contratos e emprestando mais de R$ 34,1 bilhões. O resultado é 95,1% maior que o emprestado no mesmo período de 2009 e já é maior que todo o montante emprestado em 2008 (R$ 23,3 bilhões). Segundo o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, o número é sete vezes maior do que o emprestado em 2003. De janeiro até 30 de julho, foram liberados R$ 5 bilhões do FGTS para o financiamento de moradias fora do programa habitacional no País. De acordo com o balanço, divulgado no começo do segundo semestre de 2010, o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, emprestou R$ 16,48 bilhões do total de R$ 34,1 bilhões destinados à habitação no periodo. Desde o lançamento do projeto, em abril de 2009, a Caixa assinou 542 mil contratos. O incentivo do governo influencia diretamente no setor da construção civil. Até dezembro de 2010, foram lançadas no Estado do Rio mais de 2 mil unidades, com valores acima de R$ 130 mil. Esses imóveis contam com algumas vantagens, como juros mais baixos e possibilidade de utilização do FGTS para unidades avaliadas em até R$ 500 mil, além do prazo alongado para 30 anos e financiamento de até 90% do bem. A superintendente regional da Caixa, Nelma Tavares, ratifica que esse mercado continuará aquecido, já que as condições 11. Análises especiais 104
PANORAMA DO MERCADO IMOBILIÁRIO DO RIO DE JANEIRO 2010 de crédito estão acessíveis. Apesar do clima de otimismo, ainda há espaço para crescimento. O volume de financiamento imobiliário ofertado no Brasil representa apenas 7% do Produto Interno Bruto (PIB). Do lado oposto, os Estados Unidos oferecem 65% do PIB; Espanha, 46%; Chile, 17%; e México, 9%. 11.2.5. Imóveis como investimento As grandes cidades fortaleceram seu desenvolvimento através de pessoas que investiram em casas, terrenos, prédios e lojas. Ainda hoje se encontra um perfil de compradores que vêm de longa data: idosos, principalmente imigrantes, que são proprietários de vários imóveis. Para os especialistas do segmento, um dos principais fatores que fortaleceram esse movimento foi a segurança, um dos itens mais importantes observados por qualquer investidor, ao lado da rentabilidade e da liquidez. O imóvel é uma forma de investimento de fato, concreto e sólido, diferente de qualquer outro. Mas esse perfil vem se modificando de 2006 para cá: além das pessoas físicas, que continuam investindo nesse mercado, empresas e estrangeiros começaram a fortalecer o movimento, fazendo com que o sistema começasse a funcionar de forma mais abrangente. Diversos são os fatores que vêm alavancando os investimentos no mercado imobiliário. Em 2008, o Brasil ganhou destaque na economia mundial por se mostrar estável durante a crise. Soma-se a isso a redução da taxa básica de juros, o desenvolvimento de regulamentação específica para o setor, a disponibilização de financiamentos, os programas habitacionais populares e os preparativos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que vêm gerando investimentos em infraestrutura. Esses fatores dão motivos para considerar o investimento no mercado imobiliário uma boa opção. 11. Análises especiais Atualmente, as principais modalidades de investimento imobiliário são: o direto, ou seja, a aquisição do imóvel propriamente dito, podendo ser ele residencial ou comercial; e o indireto, através de fundos imobiliários, CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) ou ações de incorporadoras. Em função dessas disponibilidades, ficou mais fácil e mais atrativo, tanto para a pessoa física como para as grandes empresas, investir, fomentando a construção e a demanda por imóveis. 105
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