28.08.2022 Views

Jornal das Oficinas 200

  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

JORGE<br />

COSTA PINTO<br />

NOS ÚLTIMOS ANOS, A MF PINTO INICIOU UMA ESTRATÉGIA<br />

DE DIVERSIFICAÇÃO DE GAMAS QUE NÃO DEPENDAM DO TIPO<br />

DE MOTOR, PARA COMPENSAR EVENTUAIS PERDAS DE FATURAÇÃO<br />

QUE OS VEÍCULOS ELÉTRICOS POSSAM ORIGINAR<br />

com os clientes, possui cinco comerciais<br />

no terreno que cobrem o país<br />

inteiro, de norte a sul. Pontualmente<br />

faz promoções específicas com o objetivo<br />

de oferecer um melhor preço<br />

ao cliente em troca de uma determinada<br />

quantidade, normalmente de<br />

referências com muita rotação.<br />

A enorme desregulação que se vive<br />

no mercado, com o aumento dos<br />

custos da matéria-prima, dos fretes<br />

marítimos e rodoviários e da escassez<br />

de oferta de produto tem criado dificuldades<br />

à empresa, que foi obrigada<br />

a criar novas rotinas “transformámos<br />

por exemplo cargas aéreas em<br />

marítimas, aumentámos os preços<br />

dos portes em Portugal e estamos a<br />

pensar criar uma taxa logística para a<br />

distribuição nacional, ainda que este<br />

tema ainda não esteja fechado”, revela<br />

Jorge Costa.<br />

Uma parte importante <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> da<br />

MF Pinto é para o estrangeiro, e para<br />

reforçar esta aposta vai estar presente<br />

como expositor mais uma vez na<br />

Automechanika Frankfurt. “Acreditamos<br />

que é por aqui que podemos<br />

crescer, sendo que já reforçámos este<br />

ano a equipa de exportação com a<br />

entrada de mais colaboradores. Exportamos<br />

neste momento para vinte<br />

e sete países de uma forma regular e<br />

o objetivo é continuar a crescer sustentadamente<br />

e a ganhar quota de<br />

mercado em Portugal, reforçando<br />

igualmente a nossa aposta de vários<br />

anos no negócio internacional”, assegura<br />

Jorge Costa.<br />

Iberização do mercado<br />

Para o administrador da MF Pinto,<br />

a iberização do comércio de peças é<br />

uma realidade, mas pensa que “também<br />

poderá ser no sentido inverso<br />

ou seja empresas de capital português<br />

operarem no mercado espanhol.<br />

Nós já fazemos isso há alguns<br />

anos”. Acredita que a concentração<br />

do negócio da distribuição de peças<br />

vai continuar e vamos ter fabricantes<br />

cada vez maiores e com gamas mais<br />

extensas. “O que está a acontecer é<br />

isso, fabricantes maiores com mais<br />

gama, com escala maior e que operam<br />

em mais mercados”, afirma.<br />

Sobre as novas estratégias de distribuição<br />

<strong>das</strong> marcas oficiais, este<br />

responsável alerta que o impacto no<br />

aftermarket “depende muito do posicionamento<br />

do preço, isto é, se essas<br />

marcas entrarem com preços muito<br />

agressivos então o aftermarket será<br />

fortemente penalizado, é inevitável!”<br />

A perda de margem na comercialização<br />

<strong>das</strong> peças é outro assunto<br />

que preocupa Jorge Costa “é um dos<br />

grandes desafios que as empresas<br />

têm hoje em dia, que só poderá ser<br />

alterado com uma gestão rigorosa<br />

que não ponha em causa a sobrevivência<br />

da própria empresa. Há muitos<br />

gestores que aparentemente não<br />

compreendem isto e essas empresas<br />

vão ter muita dificuldade em sobreviver<br />

no médio prazo, não tenho a<br />

menor dúvida”.<br />

No atual panorama financeiro e económico,<br />

as peças reconstruí<strong>das</strong> têm<br />

ganho mais protagonismo e o administrador<br />

da MF Pinto afirma que “já<br />

são uma parte muito importante do<br />

negócio do aftermarket, e continuarão<br />

a sê-lo cada vez mais. Preço mais<br />

competitivo e garantia do fabricante<br />

são argumentos muito fortes sobretudo<br />

num país muito sensível ao preço,<br />

onde a maioria <strong>das</strong> pessoas não<br />

tem muitos recursos financeiros.”<br />

Em muitas empresas, o custo logístico<br />

da entrega <strong>das</strong> peças nas oficinas<br />

era oferecido como argumento comercial<br />

há pouco tempo. “Neste momento,<br />

é incomportável para muitas<br />

empresas assumir esse custo, existindo<br />

aliás novas taxas logísticas a serem<br />

cobra<strong>das</strong> aos clientes como forma de<br />

mitigar esses custos”. Sobre as ven<strong>das</strong><br />

online, Jorge Costa não concorda<br />

que a oficina deve montar a peça que<br />

o cliente comprou na internet. “É<br />

como levar o bife para o restaurante<br />

e pedir para o grelhar, não faz sentido.<br />

A oficina tem as competências<br />

técnicas para fazer o diagnóstico da<br />

avaria, recomendar uma reparação<br />

e adquirir as peças necessárias para<br />

a fazer. O que acontece muitas vezes<br />

é que os preços são inflacionados<br />

pelas oficinas e é sobretudo isso que<br />

faz com que os clientes procurem na<br />

internet preços mais acessíveis”. l<br />

52 Setembro I 2022 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!