25.08.2015 Views

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CAPÍTULO XIXO jornalista, durante esta cena, estivera, na: mais tranquila beatitude deespírito, fumando um charuto, encostado ao último frade (de pedra: nada deequívocos anacrónicos) da Rua de Santo António. Presenciara os gestos, eadivinhara tudo.Quando Guilherme saiu, a primeira pergunta do jornalista foi esta:— Quem são os teus padrinhos?— Vamos a tua casa... — disse Amaral, acendendo um charuto, com osolhos fitos, por debaixo da aba do chapéu, nas janelas da Águia de Oiro, ondea sua prima não estava.No corredor da Hospedaria Francesa, onde já dissemos que morava o poeta,encontraram-se com o belga, que dava a um criado, que o não entendia, esterecado:— Se aqui vierem procurar-me, diz que me não demoro: ou que esperem,ou que voltem às duas horas.E, reparando nos dois que entravam, continuou:— Naturalmente procuram-me.— Não, senhor — disse o poeta. E seguiram seu caminho. O belgatambém seguiu o seu, assobiando.Guilherme não era desmedidamente corajoso. O ânimo frio com que o rival ointerrogara aquecera-lhe um pouco a face. Forte em muitas coisas, a suaorganização não se dava o melhor possível com os ímpetos de bravura.Poderia bater-se em duelo cinquenta vezes: isso não provava mais do quebater-se uma só, e todo o homem se bate por causa de uma mulher, ou dá umtiro na própria cabeça.Quem o conhecia bem era o jornalista.— Que temos? — perguntou este, saltando para cima da cama, seu sofá dereceção, e encruzando as pernas em atitude de califa.— Temos a realização das tuas fatais profecias.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!