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Untitled - Luso Livros

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— Da tua prima?!— Sim... Como eu era feliz sem o encontro daquele demónio! E deixei-lhea vida!... Não pensei que tinha de vingar essa desgraçada...— São tardias as reflexões, Amaral. Podes ser hoje um santo, que não valesao passado da costureira. Dói-te o remorso?... É uma intermitente de poucashoras...— Não é... Não pode ser... O fantasma dessa mulher há de perseguir-me...— Criancice! Não há fantasmas, Guilherme. Esse teu susto acho-o nobre,e estou contente contigo. Não estás tão desalmado como inculcavas... Issoagrada a um amigo, como eu fui sempre teu, e hoje mais que nunca devo dartede mim uma boa ideia. Se sofres, prometo distrair-te, e até reabilitar-te ocoração para empresas dignas de uma alma, suscetível de contradição. Queresmecomo teu anjo bom?— Quero; mas vem comigo para a província. Preciso da solidão e de ti.Vem ajudar-me a criar um outro coração. Se não posso esperar, quero aomenos esquecer-me... Vamos, meu amigo? Amanhã mesmo?— Iremos; mas, por enquanto, não. Tenho urgente precisão de demorarmeem Lisboa, alguns dias. Amanhã tenho um baile a que não posso faltar; e,como estou resolvido a não deixar-te uma noite só, irás comigo.— Não vou.— Vais: de hoje em diante governo-te eu. Hás de ir; se não estiveres bem,sairemos, mas é indispensável que eu lá apareça um momento. Antes?— O que quiseres; mas não me deixes já... é muito cedo.— Posso demorar-me até à meia-noite.

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