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Untitled - Luso Livros

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— Não é preciso; eu não sou tão ignorante como tu me fazes. O que tedigo é que percas as esperanças...— De quê? Da conquista?— Sim.— Estão perdidas, minha querida amiga; mas ainda assim, quero vermorrer a minha ilusão com heroísmo. já agora que me picas o amor-próprio,hei de ver até que extremo sou vítima da zombaria de Guilherme...— Queres dizer que o namoras? — atalhou a inconsequente caluniadora,batendo com o leque no joelho.Quero dizer que me ofereço voluntariamente ao sacrifício. Parece-me que onosso Páris é melancólico. Simpatizo com ele, desejo-lhe bem, e, se posso serlheum motivo de riso, consigo roubá-lo à sua tristeza, e tenho-lhe feito umbom serviço, não achas? — Acho que és uma grande tola, é o que eu sei.— Tens razão: sou urna grande tola em te ouvir. Boas noites, Margarida.— Hás de ouvir-me mais duas palavras...— Só duas? Pois sim, mas não me amarrotes os punhos do vestido. Agente não se agarra assim como as mulheres da porta da rua... Margaridacorou, compreendendo a pungente alusão à sua mãe.— Eu te prometo que o teu namoro começou em minha casa, e em minhacasa há de acabar.— E que mais?— Ele há de ter muito quem lhe diga o que tu tens sido.— E que tenho sido eu, Margarida?— Uma leviana, uma doida.— Muito agradecida. Mais nada?— Agora, boas noites.— Pois sim, boas noites; mas não perderás muito tempo, ouvindo-metambém duas palavras. Eu tinha a perguntar-te, minha ajuizada menina,quando devo entregar-te um maço de cartas, um cordão de cabelo, uma

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