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Untitled - Luso Livros

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CAPÍTULO VIDois dias depois, Guilherme do Amaral foi à Rua dos Arménios, com aintenção de estudar de dia a suposta miséria daquela casa, que não pudera verà luz mortiça da candeia, e mais ainda para cumprir a promessa que fizera desocorrer mais algumas necessidades da órfã. Não há intenções mais puras!Era meio-dia; estava fechada a porta, e aberta apenas uma fresta da pequena eúnica janela ao rés da rua. Guilherme parou defronte. Augusta viu-o, e correua abrir-lhe a porta, como a um parente, ou a pessoa ansiosamente esperada.— Faz favor de entrar? — disse ela, corando. — A casa não é própria;mas...— Todas as casas são boas, quando vive nelas o contentamento, ou aesperança de gozá-lo um dia. Como está, Augusta?— Obrigada a vossa senhoria; eu ontem passei o dia na cama, e levanteimeagora, porque me dizia o coração que vossa senhoria viria.— Pois dizia-lhe o coração que eu viria aqui? Augusta baixou os olhos esorriu-se de um modo que tornava mais sensível o pejo.— Porque se não senta? — disse Amaral, disfarçando.— Estou bem, meu senhor.— Sente-se, Augusta: sou eu que peço, ou que mando. Augusta sentou-se,levantando os olhos a medo para o que já lhe não parecia um enviado demandados superiores.— Que tenciona fazer? — prosseguiu o hóspede, reparando na rara belezadaquela obscura mulher.— Eu, senhor?— Sim: tenciona viver sozinha, sem parentes...— Eu não tenho senão um primo, que também é órfão; mas cada um viveem sua casa.— Eu sei que o seu modo de vida é fazer alças. E, sim, meu senhor. Foi atia Ana que lho disse?

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