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Untitled - Luso Livros

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— Aquela trapalhona faz-me subir a coca ao nariz! Há de ouvir-me, ou eunão hei de ser quem sou... Eu farei que ela não torne a pôr o pé em minhacasa... És minha amiga, Cristina?— Vem a tempo essa pergunta... Que queres tu? Uma carta anónima?Por agora não; o que eu quero é que digas à Cecília que eu preciso falar comela em particular.— Agora?!— Sim; pois porque não há de ser agora?— E aonde?— Aí fora nessa saleta. Vais?— Vou; ponto é que ela esteja desengajada da contradança que vaiprincipiar.— Depressa. Cristina encontrou Cecília na mais sentimental das atitudes,suspirando palavras, que Amaral escutava, passando com uma certadisplicência as mãos pelos longos feixes da cabeleira.Ouvido em meio segredo o recado, Cecília, com uma graciosa curva, pediuescusada vénia ao provinciano, e entrou na toilette, onde se achou sozinhacom Margarida.— Preciso que nos entendamos, Cecília — disse a filha do barão, atirandocom uma perna para cima da outra, mau hábito adquirido com o exemplo dasua mãe, que nunca o pudera esquecer dos seus bons tempos de tecedeira.— Que nos entendamos?! Faz-me rir esse ar de imperiosa formalidadecom que me intimas!— Nada de palavrões; fala como a outra gente; eu não leio nem decoronovelas.— Pior para ti, menina, que não tens gosto, nem memória. Ora diz lá, semte azedares: que temos de misterioso, para que nos entendamos melhor doque nos temos entendido até aqui?— Quero falar-te a respeito desse sujeito, que tu não tens largado estanoite.

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