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Untitled - Luso Livros

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— Foi.— Quanto ganha por dia nesse trabalho?— Fazendo serão, ganho três vinténs.— E vive com isso?— Até aqui vivia, porque a minha mãe ganhava quatro vinténs a dobarseda: daqui em diante será o que Deus quiser.— Mas isso não lhe chega... A menina se tivesse uma casa onde pudesseservir como criada de sala, levava muito melhor a sua vida.— Não duvido que sim; mas eu quero viver e morrer onde viveu e morreua minha mãe e o meu pai, que Deus tenha na sua santa glória. Diz-me ocoração, que se eu sair da minha casinha, hei de ser desgraçada. Conheçomuitas raparigas, que foram servir, e poucas deram boa saída. Quase todasandam por aí, hoje numa casa, e amanhã noutra, e, quando Deus quer, maispobres e infelizes do que saíram da sua miséria atrás dos ganhos.— Uma das coisas que me admiram, não é tanto o seu bom juízo, como amenina estar ainda solteira. Quantos anos tem?— Vinte, meu senhor. E não tem querido casar-se? Augusta fez-se da corda cereja, e não respondeu.— Não tem de que envergonhar-se — disse Guilherme, empenhando-sena conversa com vivo interesse, a que o coração... ou a fantasia já não eraestranha. — Eu não quero ser seu confessor; isto foi uma pergunta que nãodeve magoá-la.— Vossa senhoria não me magoou; mas... não sei se a gente deve dizertudo o que sente.— Pelo menos, aquilo que nos não envergonha pode dizer-se a toda agente; e o que nos envergonha, ou se não diz, ou se diz a um confessor.— Eu não tenho querido casar com o rapaz que me quer, há mais dequatro anos.— É algum oficial de ofício? Desculpe-me a liberdade com que pretendosaber os seus segredos.— E fabricante.

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