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Untitled - Luso Livros

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— Então porque me não diz que é minha? Porque me não segue? Porquenão sai desta casa para outra em que se veja senhora de tudo, que faz afelicidade deste mundo?— Sair daqui?!...— Pois que dúvida tem em deixar uma casa que não é digna de si?...— As coisas não se fazem assim depressa... Antes disso...— Diga... “antes disso”... o quê?— Vossa senhoria bem pode entender-me... Eu quero viver com honra...e, quando sair daqui, há de ser para entrar na igreja...— Já?— Pois o senhor para que fim me quer?— Para adorá-la... e no futuro...— Bem mo diziam a mim... O senhor o que quer é fazer-me infeliz... Poisisso, não. Enquanto puder trabalhar, hei de viver com honra como a minhamãe viveu; em me faltando as forças, pedirei uma esmola.— Isso quer dizer que me não ama...— Então que hei de eu dizer ao senhor? Se amar é botar uma rapariga aperder, mau amor é o seu...— E eu quero pô-la a perder? Augusta, não se fie nos embustes do seuprimo. Confie-se em mim, e deixe à minha vontade a nobre recompensa de afazer minha esposa, quando algum tempo se tiver passado... Antes de serminha mulher, queira que eu conheça bem o seu génio; e, se ele se conformarcom o que eu imagino que a menina é, então a farei senhora de tudo que émeu, aos olhos do mundo, porque aos meus olhos já o é...— E se o meu génio lhe não agradar?— Há de agradar.— Mas suponha que não? Quantas pessoas parecem aquilo que não são!...— Se essa desventura acontecesse, Augusta, nunca precisaria trabalhar...— Porquê?

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