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Untitled - Luso Livros

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— Dava-lhe um dote com que poderia viver independente...— Agora é que eu entendi tudo — atalhou ela, como despertando à beirade um abismo. — Tenho visto o que o senhor quer... Eu não me vendo...Tenho vinte anos, mas sei, por ouvir dizer, o que vai pelo mundo. Vivo bemna minha pobreza, não invejo ninguém, e por isso não aceito os seus favores,porque não preciso deles.— Não seja ingrata, Augusta... Eu nunca lhe fiz favores, mas deveagradecer-me os desejos de ser-lhe útil...— Já me fez favores que eu muito agradeço. Deixou-me três moedas deoiro, mas elas aqui estão; perdoará serem em prata...Amaral recuou diante da mão que lhe oferecia o dinheiro.— Ofende-me cruelmente, Augusta! Eu não lhe mereço isto!— Não é pelo ofender... Então precisava, e agora não preciso... Faz favorde aceitar?— Não aceito.— Pelo amor de Deus, receba este dinheiro...— Não me trate assim, Augusta! Se tem escrúpulos de honra em aceitaresse dinheiro, dê-o por minha intenção aos pobres; mas, por quem é, antes mediga que me despede, eu não voltarei; o que não posso sofrer é que meempurre como um vil credor pela porta fôra...— Eu não o mando sair, senhor — interrompeu ela comovida, com aslágrimas a fio.— Pois que maneira é esta de tratar uma pessoa que, se lhe não fez bem,também lhe não fez mal? Disse-lhe que a amava: isto ofendeu-a?— Não, senhor...— Disse-lhe que a queria fazer feliz com o meu amor e com a minhariqueza, pouca ou muita... Isto ofendeu-a?... Responda, Augusta...— O senhor quer fazer de mim sua amiga, e não sua esposa.— Minha amiga! Que feliz eu seria se a pudesse fazer minha amiga...

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