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SPECIES

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20 |<br />

<strong>SPECIES</strong> n1 | Fabián Ludueña | Do espectro da metafísica à metafísica do espectro<br />

no sonho, constitui a cifra e o mistério da metafísica do ser como laço e sela a impossibilidade de um<br />

sujeito autônomo ou de uma consciência individualizada enquanto identificável inteiramente com as<br />

características do si mesmo.<br />

Assim, o espectro, como tentaremos mostrar em nossas próximas investigações, comporta algumas<br />

das chaves para a compreensão do modo de abordar uma nova metafísica em que o primado da<br />

consciência seja completamente subvertido pela disjunção do Ser. Contudo, e isso por ora só podemos<br />

sugerir, a disjunção no Ser, sua irremediável multi-versidade que torna impossível a coincidência do<br />

conjunto de suas propriedades com um Um completamente homogêneo, talvez assinale o caminho<br />

não tanto para uma metafísica, como dissemos até agora, mas sim para uma espécie de região nem para<br />

aquém nem para além do Ser, mas que, espreitando-o desde o seu interior, o torna habitado por intensidades<br />

que denominamos “espectralidades”.<br />

Se a ontologia e a metafísica não podem, em última instância, dar conta dos espectros, talvez<br />

seja pelo íntimo pertencimento da metafísica a um saber logológico do aparecer como fenômeno e da<br />

presença como atributo do dizer. É por isso que talvez seja necessário pensar, para a ciência dos espectros,<br />

em uma para-onto-sofia que desvele um novo reino do in-sistente independente do pensamento,<br />

dos objetos do mundo e das qualidades sensíveis das espécies ou mesmo dos inexistentes. 41 Em suma,<br />

um espaço pouco explorado, ou frequentado esquivamente, pelas geografias da metafísica do Ser e que<br />

se constitui em completa independência de toda subjetividade mas que, ao mesmo tempo, torna possível<br />

a existência desta. Nesse sentido, podemos falar de um reino do ultra-ser, do qual a subjetividade é<br />

seu acontecer precário e seu resto último que ainda devemos compreender, dado que só a partir desse<br />

frágil espaço em que nos situamos é possível aceder ao Outside.<br />

41<br />

Nesse sentido, trata-se de um espaço diferente do proposto por Alexius Meinong. Teoría del objeto y presentación<br />

personal. Madrid/Buenos Aires: Miño y Dávila editores, 2008.

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