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separa humanidade de animalidade e homens de outros homens, e os homens de seus duplos: o animal<br />
é gêmeo do escravo, e o especismo e o racismo, os dois aspectos indissociáveis do “mito da dignidade<br />
exclusiva da natureza humana”, espectros invocados pelo “ciclo maldito” que esse mito instaura e que<br />
pretende paradoxalmente excomungar todos os outros espectros cumprindo a era do triunfo (do) Absoluto,<br />
o Antropoceno, na qual a “dignidade” alastra seu cheiro de morte. Talvez todas as ciências do<br />
homem, aquilo que chamamos de humanidades, sejam ou devam ser também ciências do inter-esse,<br />
ciências interessadas, interespecíficas, do contato, cujos co-sujeitos não seriam só humanidades, mas<br />
espécies, monstros. Ciências da tradução recíproca entre virtualidades e atualidades. Ciências não mais<br />
ocultas, ciências de faces monstruosas. “Ciências inumanas”. Ciências-ficção. Ciências-poiesis.<br />
Curitiba, 22 de abril de 2015<br />
Alexandre Nodari<br />
Flávia Letícia Biff Cera<br />
Guilherme Gontijo Flores<br />
Juliana Fausto<br />
Marco Antonio Valentim<br />
Miguel Carid<br />
Vinicius Honesko