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Capitulo II<br />
1 1 . C a te q u e se e a g ita ç ã o<br />
a) Vale a pena p e rd e r te m p o com<br />
e s te s d e va n e io s in s e n s a to s?<br />
Valeria realmente a pena expor com tanto pormenor<br />
o devaneio de missionários endoidecidos? Sem<br />
dúvida, podem ser eles nocivos aos índios junto aos<br />
quais atuam. Por certo criarão problemas nessa zona.<br />
Mas em uma quadra histórica tão cheia de problemas<br />
maiores, vale a pena perder tanto tempo na solução<br />
desta questão, a qual, de um modo ou de outro, a<br />
penetração vitoriosa da civilização resolverá? — São<br />
objeções que, a este trabalho, se poderiam fazer.<br />
b) A b s u rd o s que se e stio la m e<br />
a b s u rd o s que se pro p a g a m<br />
A responsabilidade dos brasileiros para com o<br />
irmão índio justifica que lhe consagrem a atenção<br />
necessária para ler este rápido estudo.<br />
Na realidade, porém, uma questão muito maior<br />
emerge por detrás do que se poderia chamar a<br />
questão neomissionária. O pensamento que os missionários<br />
brasileiros (e os estrangeiros que aqui atuam),<br />
autores dos textos junto, erigem em regra de conduta<br />
e de vida, para si e para as tribos que «evangelizam», é<br />
sem dúvida absurdo. Não se deduza daí que está<br />
necessariamente fadado a morrer sem história.<br />
Enquanto há absurdos que, nas épocas de serenidade,<br />
se estiolam e morrem precisamente porque são<br />
absurdos, há também absurdos que, especialmente<br />
nas épocas de crise, se propagam, adquirem influên<br />
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