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Vozes missionárias “ aggiornate”<br />
«A nudez erótica e clandestina ainda é fruto da<br />
negação do corpo. A nudez aceita, global e natural,<br />
abre caminho para a aceitação de si e do mundo, de<br />
uma maneira por nós ainda desconhecida» (doc. 7,<br />
pp. 62—63 e 66).<br />
COMENTÁRIO<br />
A nudez dos índios, tão censurada pelos catequistas<br />
tradicionais, é vista, também ela, através de vidros<br />
róseos pelos aggiornati. E daí partem para novos<br />
ataques à civilização atual.<br />
Que dizer da frase da Escritura que consigna como<br />
conseqüência do pecado original a vergonha da<br />
nudez? — «Ora, um e outro, isto é, Adão e sua<br />
mulher, estavam nus; e não se envergonhavam» (Gen.<br />
2, 25) — antes do pecado. Logo depois, envergonharam-se<br />
por se verem nus. E Deus aprovou esta<br />
vergonha, pois fez vestes para eles (Gen. 3, 21).<br />
S e c ç ã o IV<br />
D e s c r i ç ã o id ílic a e « e v a n g é lic a »<br />
d a v id a d o ín d io<br />
A descrição idílica das sociedades indígenas feita<br />
pelos missionários aggiornati lembra, embora eles se<br />
defendam disso, o mito do «bom selvagem» com que<br />
Rousseau encantou, pôs em delírio e incendiou a<br />
França de fins do século XVIII.<br />
No bojo dos elogios ditirâmbicos da vida tribal,<br />
estes textos deixam entrever a propensão ao comunismo,<br />
bem como o desejo de inspirar nas sociedades<br />
primitivas o mundo novo.<br />
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