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Capitulo III<br />
COMENTÁRIO<br />
A nota comunista é frisante neste texto, que fala<br />
por si.<br />
Registre-se apenas a carga feita contra a «exploração<br />
particular de meios de produção»; contra a<br />
propriedade particular, apontada como responsável<br />
pelo surgimento de «conflitos na aldeia»; contra o<br />
justo desejo de melhorar o status social etc. É de<br />
notar ainda a simpatia pelos aspectos coletivistas e<br />
igualitários que os autores vêem no regime tribal («o<br />
comunitário prevalece sobre o individual»), onde, segundo<br />
eles, não há qualquer forma de autoridade,<br />
sequer a paterna.<br />
1 2 . «S e m p e rd e r s e u s v a lo re s<br />
c o m u n itá rio s , re lig io s o s e trib a is »<br />
Entrevista de D. Tomás Balduino, Presidente do<br />
CIMI, ao jornal «Panorama» de Londrina:<br />
«As posições de Dom Tomás, porém, não são<br />
somente dele, mas de todo o CIMI que, no início<br />
deste mês, participou de um seminário com a Funai<br />
em Manaus [...]. Na ocasião, voltou a ser levantada a<br />
opinião de que as missões também exerciaiti um efeito<br />
pernicioso sobre os índios; à medida que tentavam<br />
impor sobre eles uma nova religião e padrões morais<br />
completamente diferentes dos que possuiam. Dom<br />
Tomás:<br />
« — Eu concordo com essa opinião. Mas desde<br />
quando o Cl M I começou a existir, há quatro anos,<br />
que estamos instruindo a todas as missões católicas<br />
para corrigirem esta futição catequética, respeitando<br />
a organização sdos índios. [...].<br />
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