ORIENTAÇÕES CURRICULARES Proposição de Expectativas de ...
ORIENTAÇÕES CURRICULARES Proposição de Expectativas de ...
ORIENTAÇÕES CURRICULARES Proposição de Expectativas de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
14 <strong>ORIENTAÇÕES</strong> <strong>CURRICULARES</strong> <strong>Proposição</strong> <strong>de</strong> <strong>Expectativas</strong> <strong>de</strong> Aprendizagem - Língua Portuguesa para Pessoa Surda<br />
1. PONTO DE PARTIDA<br />
Uma vez que os alunos surdos vão, na maioria das vezes, ter acesso à Língua Portuguesa<br />
na escola, faz-se importante tecer algumas consi<strong>de</strong>rações sobre como tem<br />
se caracterizado o ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos em nosso país.<br />
1.1 Ensino da Língua Portuguesa<br />
para alunos surdos<br />
Diferentemente das crianças ouvintes, que apren<strong>de</strong>m a Língua Portuguesa<br />
em casa, na interação com os familiares, a maior parte das crianças surdas vai<br />
aprendê-la na escola. Por não terem acesso à linguagem oral, geralmente as<br />
crianças surdas são privadas <strong>de</strong> situações que as crianças ouvintes vivenciam<br />
diariamente e que respon<strong>de</strong>m pela aquisição inci<strong>de</strong>ntal do seu conhecimento,<br />
tais como conversas com a família e contação <strong>de</strong> história, entre outras. Em <strong>de</strong>corrência<br />
disso, geralmente as crianças surdas chegam à escola com pouco ou<br />
nenhum conhecimento da Língua Portuguesa.<br />
Até à década <strong>de</strong> 80, no Brasil, o objetivo das escolas para surdos era oralizar<br />
os alunos. Assim, o ensino tinha como meta o uso da Língua Portuguesa na<br />
modalida<strong>de</strong> oral.<br />
Visando ao aprendizado da Língua Portuguesa oral, o professor procedia<br />
à exposição dos alunos surdos a palavras e prosseguia com a utilização <strong>de</strong>stas<br />
palavras em estruturas frasais, primeiramente simples e <strong>de</strong>pois cada vez mais<br />
longas e morfossintaticamente mais complexas. Por meio <strong>de</strong> exercícios <strong>de</strong> substituição<br />
e <strong>de</strong> repetição, esperava-se que os alunos memorizassem as estruturas<br />
frasais trabalhadas e as usassem.<br />
A mesma forma <strong>de</strong> trabalho era usada no ensino da modalida<strong>de</strong> escrita da<br />
Língua Portuguesa. O professor selecionava palavras que contivessem as sílabas<br />
que ele queria focalizar e estas eram trabalhadas primeiramente na forma oral,<br />
geralmentecomapoiodoconcreto,e<strong>de</strong>poisporescrito,comapoio<strong>de</strong>figuras.<br />
Após a aquisição <strong>de</strong> algumas palavras escritas, o professor propunha ativida<strong>de</strong>s<br />
que envolvessem a produção <strong>de</strong> frases, geralmente com base em estruturas<br />
frasais já trabalhadas.