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Fernando Moraes - Ecos del Sur

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nenhuma relação entre si e nem sequer sabiam da existência uns<br />

dos outros — e repassada por estes a Gerardo. Era ele quem dava<br />

a forma final ao material, que, depois de ser novamente encriptado,<br />

era enviado ao Centro Principal. Para comunicar-se<br />

com Cuba, o chefe da operação podia escolher, dependendo das<br />

circunstâncias, entre três alternativas. A mais comum e mais segura<br />

era utilizar o pequeno transmissor de ondas curtas que<br />

mantinha no apartamento. Em horário e faixa de frequência previamente<br />

combinados com Havana, ele punha no ar uma<br />

gravação com sinais semelhantes aos emitidos quando são pressionadas<br />

as teclas de um telefone digital. Indecifrável para quem<br />

quer que captasse a emissão, cada sinal significava uma letra ou<br />

um conjunto de letras cuja decodificação só podia ser feita pelos<br />

especialistas do DSE. Por medidas de segurança o código se automodificava<br />

permanentemente e de forma automática, fazendo<br />

com que o significado de um determinado som mudasse de<br />

mensagem para mensagem. A segunda opção era usar o pitirre<br />

— nome de um passarinho cubano, que batizara o sistema de<br />

transmissão por telefone de dados codificados para o beeper de<br />

alguém na missão cubana na ONU, em Nova York, ou em alguma<br />

embaixada do país na América Central. Na impossibilidade, por<br />

alguma razão, de recorrer ao rádio ou ao pitirre, Gerardo codificava<br />

e imprimia em folhas de papel sulfite os dados a serem enviados,<br />

fechava tudo num envelope e o depositava numa caixa de<br />

correio de rua, destinando-o a determinada caixa postal de algum<br />

país da América Central. Quando a encomenda chegasse ao<br />

destino, alguém da embaixada ou de um consulado cubano a recolheria<br />

no correio e a enviaria a Havana pelo malote<br />

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