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Fernando Moraes - Ecos del Sur

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opinião, assinar a Lei Helms-Burton foi um sério erro de Clinton”,<br />

diria depois o ex-presidente Jimmy Carter.<br />

O primeiro choque da lei com a realidade ocorreu quando<br />

uma carta do governo americano chegou aos escritórios da Sol<br />

Meliá Hotels & Resorts. Fazia seis anos que a maior empresa<br />

hoteleira da Espanha se convertera no principal parceiro comercial<br />

de Cuba. Era previsível que a maioria das dezenas de hotéis<br />

construídos na Ilha pela gigante espanhola estivesse em terrenos<br />

expropriados pela Revolução, mas a empresa não pareceu se assustar<br />

com o ranger de dentes de Washington. “Nenhum de nossos<br />

executivos está tão interessado em visitar a Disneyworld”,<br />

ironizou o porta-voz da Sol Meliá. “E, se for compelido a optar<br />

entre os dois países, o grupo não terá dúvidas em fechar a rede<br />

de hotéis que mantém na Flórida.” Quem quer que negociasse —<br />

ou traficasse, como preferia o governo americano — com os<br />

cubanos seria notificado dos riscos a que se submetia. Não escapavam<br />

nem mesmo grandes conglomerados multinacionais,<br />

como a Sherritt International, a maior empresa de mineração do<br />

Canadá, que explorava jazidas de níquel em Moa, no extremo<br />

leste de Cuba, ou a fábrica francesa de bebidas Pernod Ricard,<br />

distribuidora do rum Havana Club na Europa.<br />

No Brasil a pressão do Departamento de Estado tentou alcançar<br />

a Companhia de Cigarros Souza Cruz, controlada pela<br />

britânica BAT — British American Tobacco. Um dos maiores<br />

pagadores de impostos do país e dona de 80% do mercado<br />

brasileiro de cigarros, com uma produção anual de 4 bilhões de<br />

unidades, a Souza Cruz construíra em Cuba uma moderna<br />

fábrica cujo controle dividia, meio a meio, com o Estado cubano.<br />

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