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Fernando Moraes - Ecos del Sur

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apenas pelo ajuste de contas com Havana. Dez dias após a derrubada,<br />

Bill Clinton sancionou ao vivo, em rede nacional de televisão,<br />

a Lei para a Liberdade e Solidariedade Democrática em<br />

Cuba, ou simplesmente “Lei Helms-Burton”, que cochilava nas<br />

gavetas da Casa Branca desde sua aprovação pelo Congresso<br />

americano, quatro meses antes. Ao fazê-lo, Clinton, conforme<br />

admitiria em suas memórias, não estava movido só pelo desejo<br />

de provocar mudanças internas em Cuba, mas também por interesses<br />

meramente eleitorais. “Apoiar essa lei era uma boa<br />

política para a Flórida em um ano eleitoral”, confessou o presidente,<br />

mesmo reconhecendo que a decisão “solapava qualquer<br />

chance, se eu fosse reeleito, de levantar o embargo em troca de<br />

mudanças positivas em Cuba.” Destinada a arrochar ainda mais<br />

o estrangulamento econômico da Ilha e a restringir a autoridade<br />

do presidente da República para suspender o bloqueio sem<br />

aprovação do Congresso, a lei era de autoria do senador republicano<br />

Jesse Helms, da Carolina do Norte, e do deputado democrata<br />

Dan Burton, representante de Illinois, ambos conhecidos<br />

pelo comprometimento com os setores mais conservadores do<br />

Congresso e da comunidade cubana no exílio. Com a ampla<br />

maioria parlamentar adquirida nas eleições de 1994, a oposição<br />

ao presidente Clinton conseguiu aprovar a lei em outubro de<br />

1995 com dois terços do total dos votos, o que inviabilizava um<br />

eventual veto presidencial.<br />

Além de incorporar todas as restrições impostas a Cuba<br />

desde 1962, o texto sancionado por Clinton era uma explícita<br />

coação sobre a comunidade internacional para aderir ao bloqueio<br />

americano à Ilha. O arsenal de sanções ameaçava negar<br />

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