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Fernando Moraes - Ecos del Sur

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derrubada dos dois aviões ecoaram pelo salão do júri. A expressão<br />

de espanto do público e dos jurados era o sinal mais<br />

visível de que a acusação tinha lavrado um tento sobre a defesa.<br />

O troco seria dado dias depois por Paul McKenna, advogado de<br />

Gerardo, ao exibir uma gravação de poucos segundos de duração<br />

mas que também causaria grande impacto no tribunal. Era a voz<br />

de José Basulto dando uma sonora gargalhada no instante em<br />

que via o avião tripulado por Armando Alejandre Jr. e Mario de<br />

la Peña ser pulverizado pelos mísseis do MiG. A risada era<br />

seguida por um grito. “Temos que cair fora daqui, caralho!”, exclamou<br />

Basulto para seus três acompanhantes, enquanto apontava<br />

o nariz do avião no rumo da Flórida. O áudio era mais uma<br />

das evidências com que McKenna pretendia apresentar o líder da<br />

Hermanos al Rescate como o verdadeiro responsável pela morte<br />

dos quatro pilotos. O advogado sustentava que, com o objetivo<br />

de provocar um incidente militar entre Cuba e os Estados Unidos,<br />

Basulto não hesitara em induzir os quatro jovens a um voo<br />

suicida, salvando a própria pele na hora em que os MiGs<br />

cubanos atacaram os Cessnas.<br />

No final de maio de 2001, quando o julgamento se aproximava<br />

da centésima sessão, todas as testemunhas já tinham sido<br />

ouvidas e era grande a expectativa sobre a iminente decisão dos<br />

jurados. A cobertura da imprensa sem vínculos com a comunidade<br />

cubana refletia a ansiedade com que se esperava o resultado.<br />

“Meses de depoimentos, recessos e enfrentamentos verbais estenderam<br />

tediosamente o julgamento sem jogar luz sobre a<br />

questão central”, dizia um despacho distribuído pela agência de<br />

notícias France-Presse, que concluía com uma pergunta: “Afinal,

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