Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...
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<strong>Manual</strong> <strong>dos</strong> <strong>cuidadores</strong> <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as<br />
tuará suas características. Isso vale para to<strong>dos</strong> nós. Assim, não existe<br />
o velho “chato”, e sim <strong>pessoas</strong> chatas que possivelmente foram “chatas”<br />
a vida inteira, mesmo quando eram, por exemplo, adolescentes.<br />
Só que, quando os adolescentes são “chatos”, dizemos que é por causa<br />
da ida<strong>de</strong>, que é normal, já com os mais velhos... O mesmo vale<br />
para o i<strong>dos</strong>o ranzinza, implicante etc., como se não existissem jovens<br />
que apresentassem essas características.<br />
À medida que envelhecemos, vamos <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> fazer algumas coisas<br />
e começamos ou não a fazer outras. Por exemplo, uma pessoa trabalhou<br />
na agência <strong>de</strong> um banco por 35 anos to<strong>dos</strong> os dias das 7h30 às<br />
17h e se aposenta. No primeiro dia <strong>de</strong> aposentada, ao levantar – no<br />
mesmo horário, é lógico –, percebe que não terá mais <strong>de</strong> se preparar<br />
para trabalhar e talvez ainda não tenha pensado em como vai preencher<br />
o espaço <strong>de</strong> tempo antes ocupado pelo trabalho, po<strong>de</strong>ndo sentir-<br />
Para comPreen<strong>de</strong>r o cuidado com a Pessoa i<strong>dos</strong>a<br />
-se meio perdida. O “papel <strong>de</strong> trabalhador” tem <strong>de</strong> ser<br />
substituído pelo “<strong>de</strong> aposentado”, mas muitos não se<br />
preparam para esse momento, embora sempre tenham<br />
“sonhado” com ele.<br />
O fato é que assumimos diferentes papéis, que serão mais<br />
ou menos importantes em <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> momentos.<br />
Esses papéis vão mudando com o <strong>de</strong>correr do tempo. É<br />
preciso que as <strong>pessoas</strong> compreendam isso e consigam se<br />
adaptar a tais mudanças para evitar maior sofrimento.<br />
O fato é que<br />
assumimos<br />
diferentes papéis,<br />
que serão mais<br />
ou menos<br />
importantes em<br />
<strong>de</strong>termina<strong>dos</strong><br />
momentos.<br />
Toda perda envolve um “luto”, ou seja, um processo <strong>de</strong> adaptação e<br />
transformação que resulta em benefícios após o enfrentamento da<br />
situação dolorosa, permitindo uma abertura para novos interesses,<br />
aprendiza<strong>dos</strong>, ativida<strong>de</strong>s e relacionamentos. Ficar mais tristonho,<br />
mostrar algum nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e mudanças <strong>de</strong> humor são espera<strong>dos</strong><br />
e não <strong>de</strong>vem ser confundi<strong>dos</strong>, necessariamente, com doenças.<br />
Ao cuidador cabe enten<strong>de</strong>r que isso ocorre também com a pessoa <strong>de</strong><br />
quem ele cuida e que a vivência <strong>de</strong>sse(s) luto(s) talvez lhe seja difícil,<br />
gerando muito sofrimento. Mostrar-se presente, disposto a ouvir e a<br />
acolher suas angústias po<strong>de</strong> contribuir para a formação <strong>de</strong> um vínculo<br />
importante entre os dois.<br />
O envelhecimento é uma experiência individual, a construção <strong>de</strong> um<br />
caminho que escolhemos traçar no transcorrer da vida. Em muitos<br />
momentos, vamos <strong>de</strong>parar com algumas “encruzilhadas” que nos<br />
obrigarão a optar por essa ou aquela direção. A opção que fizermos<br />
terá por base algumas certezas e experiências que carregamos até<br />
aquele momento. Po<strong>de</strong> ser que, <strong>de</strong>pois, cheguemos à conclusão <strong>de</strong><br />
que a escolha não foi a melhor, mas, com certeza, quando foi necessário<br />
optar, ela parecia ser a melhor. Quando estivermos mais velhos,<br />
po<strong>de</strong>remos olhar para trás e ver como foi <strong>de</strong>senhado esse traçado.<br />
Será esse o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> nossa história <strong>de</strong> vida. Isso também aconteceu<br />
com as <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as <strong>de</strong> quem cuidamos hoje. Assim, não há um<br />
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