Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...
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<strong>Manual</strong> <strong>dos</strong> <strong>cuidadores</strong> <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as<br />
Didaticamente, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vida diária são subdivididas em:<br />
1. Ativida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> vida diária (ABVDs) – Envolvem as ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> autocuidado, como alimentar-se, banhar-se, vestir-se,<br />
arrumar-se, movimentar-se, manter o controle <strong>de</strong> suas eliminações,<br />
caminhar. Seu comprometimento exige, necessariamente, o auxílio<br />
<strong>de</strong> outra pessoa para que sejam <strong>de</strong>sempenhadas.<br />
2. Ativida<strong>de</strong>s instrumentais <strong>de</strong> vida diária (AIVDs) – Indicam a<br />
capacida<strong>de</strong> do indivíduo <strong>de</strong> levar uma vida in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ntro<br />
da comunida<strong>de</strong>. Abrangem ativida<strong>de</strong>s como fazer compras, administrar<br />
os próprios medicamentos e finanças, utilizar transporte,<br />
realizar tarefas domésticas leves e pesadas, preparar refeições e<br />
telefonar. Quando comprometidas, a família precisa se reorganizar<br />
para auxiliar a pessoa i<strong>dos</strong>a, mas nem sempre é necessária a presença<br />
<strong>de</strong> um cuidador.<br />
3. Ativida<strong>de</strong>s avançadas <strong>de</strong> vida diária (AAVDs) – Envolvem a participação<br />
em ativida<strong>de</strong>s sociais, produtivas e <strong>de</strong> lazer, como viajar,<br />
visitar familiares e amigos, praticar esportes etc. Seu comprometimento<br />
po<strong>de</strong> requerer o auxílio <strong>de</strong> outra pessoa para <strong>de</strong>sempenhá-<br />
-las, mas geralmente sua ausência não compromete a sobrevida<br />
do indivíduo, e sim sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />
Até pouco tempo, a função <strong>de</strong><br />
“cuidador” era exercida por<br />
familiares <strong>de</strong> forma voluntária<br />
ou por exclusiva falta <strong>de</strong><br />
opções. A mudança do i<strong>dos</strong>o<br />
para uma instituição só<br />
acontecia quando ele não<br />
possuía família ou ninguém<br />
nela podia assumir<br />
essa função. A maioria<br />
das famílias costuma<br />
Para comPreen<strong>de</strong>r o cuidado com a Pessoa i<strong>dos</strong>a<br />
auxiliar seus membros mais necessita<strong>dos</strong> pelo maior<br />
período <strong>de</strong> tempo e tão bem quanto possível, mas, com<br />
a mudança no perfil do núcleo familiar, isso está se<br />
tornando cada vez mais difícil.<br />
Assim, a figura do cuidador profissional passa a ser uma<br />
força complementar urgente, necessária e indispensável<br />
na assistência às <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as.<br />
Como <strong>de</strong>vem ser prepara<strong>dos</strong> os <strong>cuidadores</strong>?<br />
O cuidador<br />
profissional<br />
é uma força<br />
complementar<br />
urgente, necessária<br />
e indispensável<br />
na assistência<br />
às <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as.<br />
Existem muitos tipos <strong>de</strong> cursos para <strong>cuidadores</strong>. Antes, to<strong>dos</strong> eram<br />
feitos mais ou menos <strong>de</strong> maneira informal e a maioria <strong>de</strong>stinava-se à<br />
orientação <strong>de</strong> <strong>cuidadores</strong> familiares. Apenas mais recentemente vem<br />
acontecendo uma discussão mais intensa sobre a formação do cuidador<br />
profissional.<br />
O primeiro indicativo formal nesse sentido foi a publicação, em 2002,<br />
da Classificação Brasileira <strong>de</strong> Ocupações (CBO), incluindo o cuidador<br />
<strong>de</strong> i<strong>dos</strong>os como ocupação (código 5162-10) e atribuindo-lhe o<br />
auxílio no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> ações complementares à execução eficaz<br />
das diferentes ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vida diária.<br />
A execução <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> cuidado não é inata e, portanto, requer<br />
treinamento. Além disso, o Brasil é um país muito gran<strong>de</strong>, com múltiplas<br />
diferenças regionais e, consequentemente, distintos padrões <strong>de</strong><br />
envelhecimento. É necessária, assim, uma orientação geral para a<br />
formação <strong>dos</strong> <strong>cuidadores</strong> que se adapte às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada região.<br />
Somente <strong>de</strong>sse modo será possível formar um grupo mais ou menos<br />
homogêneo e, em futuro não muito distante, permitir que o cuidador<br />
passe <strong>de</strong> ocupação à profissão, reconhecida e regulamentada.<br />
Com essa preocupação, em abril <strong>de</strong> 2007, a Área Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
do I<strong>dos</strong>o e o Departamento <strong>de</strong> Gestão da Educação na Saú<strong>de</strong> do<br />
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