Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...
Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...
Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
166<br />
O que fazer?<br />
As dificulda<strong>de</strong>s<br />
apresentadas<br />
pelo doente<br />
no dia a dia<br />
modificam sua<br />
autopercepção<br />
e causam angústia.<br />
<strong>Manual</strong> <strong>dos</strong> <strong>cuidadores</strong> <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as<br />
Procure entreter o doente com algum tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> que ele gosta<br />
<strong>de</strong> fazer e que o distrai. Momentaneamente ele vai esquecê-lo, mas<br />
permanecerá tranquilo porque sabe que você está por perto.<br />
Tente <strong>de</strong>scobrir outras <strong>pessoas</strong> com quem ele se sente tranquilo e<br />
estu<strong>de</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elas virem, rotineiramente, visitá-lo. Isso o<br />
auxiliará a manter outros vínculos e não se sentir inseguro na ausência<br />
<strong>de</strong> seu cuidador. Acostume-o também a ficar sozinho em alguns<br />
momentos.<br />
Apatia ou tristeza<br />
O doente po<strong>de</strong>rá mostrar-se apático ou triste em diferentes momentos,<br />
em especial quando se tornar cada vez mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Esse<br />
comportamento po<strong>de</strong> representar um mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa contra o<br />
fracasso. Talvez a pessoa doente comece a <strong>de</strong>monstrar menor reação<br />
às circunstâncias emocionais, não queira fazer nada, não <strong>de</strong>seje mais<br />
sair, nada lhe agra<strong>de</strong>. Passa a reagir menos aos eventos felizes ou infelizes<br />
(arrefecimento afetivo). Esse tipo <strong>de</strong> arrefecimento ten<strong>de</strong> a<br />
aumentar com o avançar da doença, comprometendo as ativida<strong>de</strong>s<br />
do dia a dia; chega a afetar também as relações sociais e familiares do<br />
doente, aumentando seu isolamento.<br />
O que fazer?<br />
Avalie a capacida<strong>de</strong> remanescente do doente e proponha<br />
ativida<strong>de</strong>s programadas que ele consiga <strong>de</strong>sempenhar. Essas<br />
ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m fazê-lo sentir-se útil e integrado.<br />
Busque as ativida<strong>de</strong>s que lhe dão prazer e faça-as com ele.<br />
Mas avalie bem, pois, se ele não conseguir <strong>de</strong>sempenhar a<br />
ativida<strong>de</strong>, esse fato po<strong>de</strong>rá induzi-lo a perceber seu fracasso,<br />
aumentando ainda mais a angústia. Evite que ele faça<br />
o que não se sente capaz <strong>de</strong> fazer. Não o coloque em situ-<br />
Como auxiliar a pessoa i<strong>dos</strong>a Com limitações Cognitivas<br />
ações <strong>de</strong> hiperestimulação; dê-lhe tempo para enten<strong>de</strong>r o que lhe foi<br />
solicitado e para que tente respon<strong>de</strong>r. Valorize seus sucessos, mesmo<br />
que mínimos.<br />
Inquietação, nervosismo<br />
As dificulda<strong>de</strong>s apresentadas pelo doente no dia a dia modificam sua<br />
autopercepção e causam angústia. A <strong>de</strong>sorientação (no tempo e no<br />
espaço) gera insegurança e ansieda<strong>de</strong>.<br />
No início da doença, ele tem dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o que está<br />
acontecendo e entra em pânico por seus lapsos <strong>de</strong> memória e por<br />
per<strong>de</strong>r a confiança em si mesmo. Com o avançar da doença, ele<br />
po<strong>de</strong>rá se sentir em geral diante <strong>de</strong> um fracasso, pois já não sabe<br />
avaliar o que é ou não capaz <strong>de</strong> fazer e tem medo <strong>de</strong> que as <strong>pessoas</strong><br />
o julguem incapaz.<br />
O que fazer?<br />
Não tente argumentar ou explicar. Procure transmitir ao doente calma<br />
e tranquilida<strong>de</strong> (atenção ao tom <strong>de</strong> voz e postura corporal). Se ele<br />
perceber que você está irritado com a situação, ficará ainda mais nervoso.<br />
As palavras são importantes, mas po<strong>de</strong>m não ser suficientes;<br />
toque-o gentilmente, mostrando seu afeto. Fique a seu lado e procure<br />
fazer com ele as tarefas que o angustiam.<br />
Procure melhorar a autoestima do doente. Elogie quando estiver<br />
arrumado e limpo e ressalte seus feitos manuais ou artesanais e as<br />
tarefas concluídas. Essa postura mostra reconhecimento e atenção e<br />
transmite confiança.<br />
Alucinações e i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>lirantes<br />
A pessoa i<strong>dos</strong>a com DA po<strong>de</strong> referir que vê, ouve ou sente coisas,<br />
<strong>pessoas</strong> ou animais que não existem (alucinações) na realida<strong>de</strong>, ou<br />
167