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Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...

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<strong>Manual</strong> <strong>dos</strong> <strong>cuidadores</strong> <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as<br />

te ou <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte direto, tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> anular o valor legal <strong>de</strong>sse<br />

instrumento. O único caminho, no entanto, para fazer isso é a “interdição”,<br />

feita por meio <strong>de</strong> processo na comarca da cida<strong>de</strong> da pessoa<br />

i<strong>dos</strong>a, on<strong>de</strong> o juiz, após constatar a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la, nomeia um<br />

“curador”. Estabelece-se assim a “curatela” (provisória ou <strong>de</strong>finitiva),<br />

com o objetivo <strong>de</strong> cuidar <strong>dos</strong> interesses da pessoa i<strong>dos</strong>a e proteger sua<br />

família, não permitindo que haja má-fé ou malversação na gestão<br />

patrimonial <strong>dos</strong> bens.<br />

Quem vai cuidar da pessoa i<strong>dos</strong>a com DA?<br />

Ainda hoje, na maioria das situações, o responsável pelo cuidado do<br />

i<strong>dos</strong>o com DA é um familiar, em geral mulher, e sua “escolha” costuma<br />

seguir esta or<strong>de</strong>m: esposo ou esposa (se existirem), filha, irmã,<br />

enteada, sobrinha...<br />

O cuidado com <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, em geral, é afetado<br />

pela mudança na estrutura familiar, e o mesmo ocorre com os i<strong>dos</strong>os<br />

com DA. O que geralmente se observa é que, na maioria das famílias,<br />

o cuidado com o i<strong>dos</strong>o com DA recai apenas sobre uma pessoa, e os<br />

outros parentes, utilizando múltiplas <strong>de</strong>sculpas, esquivam-se <strong>de</strong>ssa<br />

tarefa. Esse cuidador passa a assumir a tarefa como uma imposição,<br />

e ela se transforma em uma missão intransferível.<br />

Dadas as características da doença e <strong>de</strong> sua evolução, a tarefa do<br />

cuidador ocupará muito <strong>de</strong> seu tempo. Assim, ele <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> viver a<br />

própria vida, <strong>de</strong> ter suas vonta<strong>de</strong>s, seu <strong>de</strong>scanso e lazer; como consequência,<br />

ficará cada vez mais cansado e estressado. Po<strong>de</strong>rá adoecer<br />

ou, em situações-limite, negligenciar o cuidado a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> seu<br />

parente doente.<br />

Soma-se a esse trabalho físico toda a carga emocional que acompanha<br />

a doença, provocando gran<strong>de</strong> sofrimento no cuidador. Por essas razões,<br />

acreditamos que precisam existir em maior número <strong>cuidadores</strong> pro-<br />

Como auxiliar a pessoa i<strong>dos</strong>a Com limitações Cognitivas<br />

fissionais aptos a assumir o cuidado <strong>de</strong>ssas <strong>pessoas</strong> ou a colaborar<br />

nessa tarefa.<br />

É indispensável que um cuidador familiar cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> si mesmo. Por<br />

mais abnegada que seja a pessoa, nenhum ser humano resiste, em<br />

condições saudáveis, a várias noites sem dormir, à exclusão social<br />

progressiva e permanente e ao confronto com problemas crescentes<br />

que se repetem to<strong>dos</strong> os dias. Para ser capaz <strong>de</strong> bem cuidar <strong>de</strong> uma<br />

pessoa com DA, o cuidador precisa apren<strong>de</strong>r a cuidar <strong>de</strong> si.<br />

Enten<strong>de</strong>ndo as reações emocionais <strong>de</strong> um cuidador<br />

familiar e procurando ajudar<br />

Uma pessoa que recebe a notícia <strong>de</strong> que um parente próximo está<br />

com DA reagirá <strong>de</strong> diferentes formas. Em geral, as <strong>pessoas</strong> ten<strong>de</strong>m,<br />

em um primeiro momento, a negar a situação, diminuindo sua<br />

importância (“Ele[a] sempre foi assim”, “Está fazendo <strong>de</strong> propósito”,<br />

“Quando quer, ele[a] enten<strong>de</strong>”). Quando percebe que, <strong>de</strong> fato, a<br />

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