17.04.2013 Views

Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...

Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...

Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Diante <strong>de</strong><br />

alucinações e<br />

i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>lirantes,<br />

não entre em<br />

pânico nem tente<br />

argumentar que<br />

aquilo não é real.<br />

Prenda a atenção<br />

<strong>de</strong>le com uma<br />

ativida<strong>de</strong><br />

prazerosa.<br />

168<br />

<strong>Manual</strong> <strong>dos</strong> <strong>cuidadores</strong> <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as<br />

ainda expressar temor ou pensamentos que não condizem com a<br />

realida<strong>de</strong> (i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>lirantes).<br />

Em geral as alucinações são visuais, simples ou muito elaboradas.<br />

Po<strong>de</strong>m também ser auditivas (ouvir a mãe chamando, alguém falando<br />

etc.). Na maioria das vezes são fenômenos transitórios. Em alguns<br />

casos são favorecidas por comprometimentos sensoriais (redução da<br />

visão ou da audição).<br />

As consequências das alucinações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> sua natureza e <strong>de</strong><br />

como são vivenciadas tanto pelo doente quanto por quem o cerca.<br />

Alucinações acompanhadas <strong>de</strong> agitação po<strong>de</strong>m estar associadas a um<br />

evento clínico, e o médico <strong>de</strong>ve ser comunicado.<br />

As i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>lirantes representam uma interpretação equivocada <strong>de</strong><br />

uma situação vivida. As mais comuns referem-se a roubo, ciúme ou<br />

ao fato <strong>de</strong> a pessoa estar convencida <strong>de</strong> que querem se livrar <strong>de</strong>la.<br />

Caracterizam-se por uma convicção absoluta e inabalável <strong>de</strong> algo que<br />

o doente pensa ser verda<strong>de</strong>iro. Resistem a qualquer prova em contrário<br />

ou às evidências da realida<strong>de</strong>. São geralmente transitórias e limitadas<br />

a <strong>de</strong>terminado campo e normalmente não evoluem para um<br />

<strong>de</strong>lírio que tome conta da vida do doente. Não se conhece sua causa,<br />

mas sabe-se que estão associadas às lesões cerebrais ocasio-<br />

nadas pela doença e, também, à dificulda<strong>de</strong> do doente <strong>de</strong><br />

interpretar a realida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>sorganização<br />

mental.<br />

I<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> roubo ou ciúme po<strong>de</strong>m afetar as relações afetivas,<br />

diminuir sua motivação e a <strong>de</strong> outras <strong>pessoas</strong>, o que afetará<br />

a qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> cuida<strong>dos</strong> presta<strong>dos</strong>.<br />

O que fazer?<br />

Não entre em pânico e não tente argumentar dizendo que<br />

aquilo que ele afirma ver, sentir ou ouvir não é real. Para<br />

Como auxiliar a pessoa i<strong>dos</strong>a Com limitações Cognitivas<br />

ele é muito real, e ele tem plena convicção disso, resistindo a qualquer<br />

tentativa <strong>de</strong> lhe mostrarem o contrário. Se for possível, remova-o do<br />

ambiente ou comece outro assunto muito diferente por exemplo, o<br />

que fizeram durante o dia. Procure pren<strong>de</strong>r sua atenção com uma<br />

ativida<strong>de</strong> prazerosa.<br />

No caso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>lirantes, se você for o alvo <strong>de</strong> acusações, não as leve<br />

como ofensa pessoal. Não se zangue, pois, por mais que pareça, não se<br />

trata <strong>de</strong> nada pessoal. Se o alvo for outra pessoa, procure certificar-se<br />

da veracida<strong>de</strong> da situação (talvez não seja verda<strong>de</strong>, mas também po<strong>de</strong><br />

ser). Deixe-o falar, procure não tomar partido, evite argumentar, alimentar<br />

ou contradizer suas colocações; tranquilize-o e <strong>de</strong>svie sua atenção<br />

para uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição.<br />

Escon<strong>de</strong>r objetos<br />

O doente pega uma coisa <strong>de</strong> que pensa precisar, coloca-a em um<br />

lugar que lhe pareceu a<strong>de</strong>quado naquele momento e, em seguida,<br />

esquece que a pegou e on<strong>de</strong> a colocou. Por essa razão, ele não vai<br />

enten<strong>de</strong>r sua irritação.<br />

É comum que o doente coloque objetos em locais inusita<strong>dos</strong> e não<br />

se lembre do local on<strong>de</strong> estão ou negue tê-los pego. Isso ocorre em<br />

geral porque ele esqueceu o que <strong>de</strong>via fazer com esses objetos ou se<br />

distraiu quando os pegou. Ou, ainda, ele nega ter visto ou pego os<br />

objetos para não ter <strong>de</strong> reconhecer seus <strong>de</strong>ficits.<br />

Há situações em que ele vai referir que foi roubado e po<strong>de</strong> acusar<br />

você ou outra pessoa que trabalha na casa, gerando situações tensas.<br />

O que fazer?<br />

Não o repreenda, ele não fez por mal. Possivelmente quis realmente<br />

guardar o objeto, mas não vai lembrar nem que o pegou nem on<strong>de</strong><br />

o colocou. A noção <strong>de</strong> significado das coisas po<strong>de</strong> estar perdida ou<br />

169

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!