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Manual dos cuidadores de pessoas idosas - Secretaria de ...

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<strong>Manual</strong> <strong>dos</strong> <strong>cuidadores</strong> <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> i<strong>dos</strong>as<br />

Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confrontação<br />

“Confrontar” significa colocar-se frente a frente; não envolve disputa<br />

como “afrontar”. A confrontação origina-se da empatia e do<br />

respeito ao i<strong>dos</strong>o e é uma manifestação suplementar à autenticida<strong>de</strong><br />

do cuidador.<br />

A confrontação permite ao i<strong>dos</strong>o o contato com aquilo que ele realmente<br />

é, com suas forças e recursos, assim como com suas fraquezas e<br />

comportamentos prejudiciais. Na relação <strong>de</strong> ajuda, a confrontação só<br />

<strong>de</strong>ve ser utilizada quando há um verda<strong>de</strong>iro clima <strong>de</strong> confiança, exigindo<br />

do cuidador habilida<strong>de</strong> e tato. Ele vai confrontar não o i<strong>dos</strong>o,<br />

mas o comportamento, <strong>de</strong>screvendo-o sem emissão <strong>de</strong> julgamentos,<br />

pois isso po<strong>de</strong>ria representar uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> <strong>de</strong>srespeito, levando<br />

a pessoa i<strong>dos</strong>a a assumir uma postura <strong>de</strong>fensiva. No entanto, nem<br />

sempre a confrontação é reconhecida como instru mento <strong>de</strong> ajuda pelo<br />

i<strong>dos</strong>o. Caso ele resista a essa forma <strong>de</strong> in tervenção, convém não insistir,<br />

aguardando uma ocasião mais opor tuna para fazê-lo.<br />

Quando a relação não é <strong>de</strong> ajuda<br />

Muitas vezes o cuidador quer estabelecer uma relação <strong>de</strong> ajuda a<strong>de</strong>quada,<br />

porém fica frustrado com seus resulta<strong>dos</strong>. Existem algumas<br />

intervenções que costumam ser bastante utilizadas, mas que, normalmente,<br />

não ajudam:<br />

• Dar or<strong>de</strong>ns sem avaliar o contexto que envolve as situações, o que<br />

po<strong>de</strong> levar o i<strong>dos</strong>o a ter <strong>de</strong> negar as emoções traduzidas por seu<br />

comportamento.<br />

• Fazer ameaças (“Se não cumprir as orientações, não viremos mais<br />

visitá-lo...”). Geralmente esse comportamento acrescenta mais um<br />

elemento à problemática apresentada pelo i<strong>dos</strong>o: o medo.<br />

• Censurá-lo, adverti-lo <strong>de</strong> forma contun<strong>de</strong>nte. Isso representa uma<br />

afirmação da incapacida<strong>de</strong> do i<strong>dos</strong>o <strong>de</strong> discernir entre o certo e o<br />

o que é cuidar da Pessoa i<strong>dos</strong>a<br />

errado, entre o bem e o mal, colocando-o como incapaz <strong>de</strong> resolver<br />

seus problemas.<br />

• Dar soluções, não permitindo ao i<strong>dos</strong>o refletir sobre seu problema<br />

e sua potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação.<br />

• Argumentar logicamente (“O problema voltou obviamente porque<br />

o(a) senhor(a) não seguiu as orientações que <strong>de</strong>i...”), o que coloca<br />

o i<strong>dos</strong>o em uma situação <strong>de</strong>sconfortável, fazendo-o sentir-se tolo,<br />

incapaz <strong>de</strong> seguir recomendações.<br />

• Julgar e criticar utilizando o próprio sistema <strong>de</strong> valores, levando o<br />

i<strong>dos</strong>o a não mais confiar no cuidador, pois não se sente compreendido<br />

por ele.<br />

• Aprovar, lisonjear (“Desta vez tomou a <strong>de</strong>cisão correta...”). Isso po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver no i<strong>dos</strong>o o receio <strong>de</strong> não ser aprovado em outras situações<br />

pelo julgamento do cuidador e, caso se arrependa da <strong>de</strong>cisão<br />

tomada, não se sentirá confortável em compartilhar tal sentimento<br />

com ele.<br />

• Analisar e interpretar (“Cada vez que o(a) senhor(a) quer a atenção<br />

<strong>de</strong> seus filhos, comporta-se como se estivesse muito doente...”). Se<br />

a interpretação for verda<strong>de</strong>ira, é provável que o i<strong>dos</strong>o se sinta “apanhado”,<br />

o que po<strong>de</strong> ser insustentável; se não for correta, talvez se<br />

sinta acusado ou incompreendido.<br />

• Consolá-lo (“Não se preocupe, isso vai passar...”). O i<strong>dos</strong>o po<strong>de</strong><br />

sentir que o cuidador minimiza a importância <strong>de</strong> seu problema e,<br />

portanto, não haverá solução para ele.<br />

• Fazer muitas perguntas fechadas (“On<strong>de</strong>?”, “Quando?”, “Como?”,<br />

“Por quê?”). O i<strong>dos</strong>o po<strong>de</strong> sentir-se interrogado.<br />

• Gracejar. O gracejo muitas vezes é colocado para minimizar uma<br />

situação muito tensa, criando um clima mais agradável. Entretanto,<br />

sua utilização <strong>de</strong>ve ser muito bem estudada, pois sua ina<strong>de</strong>quação<br />

po<strong>de</strong> levar o i<strong>dos</strong>o a pensar que o cuidador não leva a<br />

sério seu problema ou suas necessida<strong>de</strong>s ou, ainda, que não o<br />

respeita.<br />

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